Palavras sobre bracarenses que fazem, porque há gente fantástica, não há? Há, a começar por ti.
Tuesday, November 24, 2009
Homem e Cávado: rota de Santiago
A qualificação dos trilhos identificados como “Caminho de Santiago”, para que captem utilizadores, são um motor do desenvolvimento económico e o interior do Minho possui um desses motores completamente ignorado.
Trata-se do caminho que sai de Braga e percorre todo o vale do Cávado e do Homem até à fronteira da Portela, seguindo depois para Santiago.
Este motor de desenvolvimento que tem do completamente desprezado bem podia ser posto em andamento, nesta altura em que o mundo ibérico se prepara para celebrar mais um ano jacobeu.
A simples sinalização dos itinerários já não se compadece com as apuradas exigências dos novos caminheiros. Daí que a sua qualificação é cada vez mais uma exigência dos tempos modernos e as autarquias têm aí um papel essencial.
Os ancestrais caminheiros, viajantes e romeiros, os almocreves, mercadores e feirantes que, ao longo dos séculos, trilharam estes vastos itinerários de fé, cultura e riqueza turística, dão lugar a novos utilizadores, com um perfil cultural e nível económico que importa explorar do ponto de vista turístico e, consequentemente, económico.
Os “Caminhos de Santiago” estão a ser encarados como catalizador de um público específico, com exigências claras e expectativas elevadas quanto à qualidade da oferta dos serviços que procuram e necessitam no percurso que estão a utilizar.
Há uma espécie de consciência colectiva em toda a Europa com estes itinerários identificados para a necessidade de apurar a qualidade da oferta cultural, turística, económica e, na sua essência, comercial que não pode ser desprezada numa região que necessita de diversificar a sua oferta turística.
As autarquias minhotas integradas no Eixo Atlântico podiam criar espaços de debate para gerar iniciativas de identificação, qualificação e promoção deste trilhos da região do Homem e Cávado, à semelhança do que se faz, há mais tempo e com mais intensidade, com outros caminhos.
A tradição peregrina teve início no século IX, quando o Rei Afonso II caminhou de Oviedo a Compostela, para prestar homenagem ao Apóstolo Santiago, fundando assim o Caminho Primitivo.
Mais tarde, já no século XI, arrancou o Caminho Francês, existindo actualmente várias rotas que atravessam diversos países europeus. Uma delas, completamente ignorada, é a que sai da Sé de Braga, desce a Amares, segue por Terras de Bouro e sai para Santiago de Compostela pela Fronteira do Homem. No meu humilde, entender, Braga devia assumir-se como cabeça deste projecto, com benefícios evidentes, agora que é sede do pólo religioso do Turismo Porto e Norte de Portugal.
O património construído, a riqueza rural de solares e culturas, a variedade de tradições, a gastronomia e hotelaria e surpreendente riqueza da paisagem são razões mais que suficientes para que os autarcas lancem mãos deste recurso que valoriza e enriquece as populações visitadas outrora pelos peregrinos de Santiago.
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