Thursday, July 5, 2007

Quarenta perolas da cultura popular

Fui a Braga ao São João
Tive uma ideia, adivinha,
Construir o aeroporto
Onde era o Campo da Vinha

Foi com esta quadra que Heitor Morais da Silva, residente no Largo das Te-resinhas, em Braga, arrebatou o primeiro lugar, entre cerca de 350 participações no Concurso de Quadras do S. João promovido pelo Correio do Minho.
O segundo prémio foi entregue a Abílio de Oliveira Ferreira, residente no Bairro Nogueira da Silva. com esta quadra:

Nossa cidade é vaidosa
A TV nisso não fala;
Nas festas de S. João
Braga se veste de gala.

O terceiro foi a bracarense Maria Amélia Palmeira Soares, residente na Travessa Pascoal Fernandes, com a seguinte quadra:

Fui a Braga, ao S. João
Nele pus minhas esp’ranças
Tirar da face da terra
Os predadores de crianças.

Conforme prometido, aqui ficam as quadras quue me-receram uma menção honrosa do júri que destacou “a elevada participação dos leitores neste concurso”.

Vim ao S. João a Braga
Entrei na Arcada velhinha
E como painel de fundo
Senti que Braga era minha.

António Fernandes Ferreira, Braga

Em Braga há S. João
O melhor de Portugal
Prende qualquer coração
O Estádio Municipal.

Orlando Peixoto Rodrigues, Braga

Vim a Braga ao S. João
Apenas para rezar:
Acabar com a pedofilia
E as ‘Madeleines’ voltar.

Tatiana Cristina, Braga

Ó meu S. João de Braga,
Sei que gostas d’ajudar.
Precisava duns pontinhos
P’ra professor titular.

Jacinta Pinto Ribeiro, Braga

Ó meu rico S. João,
Em Braga tens teu altar,
Peço-te com devoção
Fazei a crise passar.

Orlando Peixoto Rodrigues, Braga

É uma festa sem igual
A tua, meu S. João.
A melhor de Portugal
É em Braga, pois então!

Maria Luz M. S. Rocha, Braga

A Braga venho pedir
(A vós S. João milagroso)
Que ao rio deixes cair...
Este Governo ‘jocoso’.

Maria Graça S. Horta, Famalicão

Vou ao S. João a Braga
Está dito, não há tretas.
Vou lá de qualquer maneira
Nem que seja de muletas.

Abílio Oliveira Ferreira, Braga

Ao descer a Avenida
Em Braga, no S. João,
Um alho porro bateu-me
Bem fundo, no coração.

Francisco Assis Canário, Braga

O S. João é de Braga
Como o Correio do Minho;
Qualquer notícia que traga
Serve p’ra ler no caminho.

Francisco Assis Canário, Braga

Ai que lindo manjerico
Leva a moça no seu braço;
Foi a Braga ao S. João,
Chegou morta de cansaço.

Jorge Tinoco, Amares

Ó meu S. Joõ de Braga,
Como tu não há igual.
É a festa mais bonita
Que temos em Portugal.

Maria Conceição P. Rodrigues, Braga

O do Porto é muito bom
Na concorrência de santos
Mas de Braga o S. João
Não tem rival engre tantos.

Jorge Tinoco, Amares

Ó meu rico S. João,
Que tanta folia tens.
Dá também uma lição
A quem aumenta os pães.

Francisco Assis Nogueira, Fafe

Que bonito é de ver
Em Braga, no S. João,
As moçoilas bem contentes
Com manjerico na mãos.

Francisco Assis Nogueira, Fafe

De martelinho na mão
A Braga fui festejar
As festas de S. João
Comer, beber e saltar.

Parcídio Fernandes, Fafe

Vim a Braga p’ra parir
Mas passei p’lo S. João:
Tantos apertos e... puxos...
Se rebentou o ‘balão’!

António L. S. Pereira, Nine, Famalicão

Saúde, paz e amor
Eu pedi ao S. João;
Levo para onde for
Braga no meu coração.

Orlando P. Rodrigues, Braga

Fui ao S. João a Braga,
De martelinho e balão.
Da Ponte até à Arcada
Toda a noite é S. João.

José Amorim Costa, Maximinos, Braga

O Carro das Ervas é
Uma velha tradição;
Nesta Braga sem igual
Na altura do S. João.

Carlos Leitão Azevedo, Braga

S. João, ouvi dizer:
Em Braga és o maior.
Bem podem outros fazer
Mas não tem este vigor.

Carlos Leitão Azevedo, Braga

Em Braga, no S. João,
Há pessoas bem dispostas.
Levam com alho na cara
E nem ousam dar respostas.

Cristela R. Oliveira, Braga

Ó meu S. João de Braga,
Grande santo popular,
É com muita euforia
Que te vamos festejar.

Cristela R. Oliveira, Braga

Em Braga há grande folia
No dia de São João
A ajudar há cabeçudos
Provocando animação.

Cristela R. Oliveira, Braga

São João e ABC
São reis das emoções.
Braga em quarto, já se vê,

É terra de campeões.
Orlando P. Rodrigues, Braga

Tua festa não tem par,
Ó meu rico S. João.
É a Braga milenar
Que mantém a tradição.Maria da Luz S. Rocha, Braga

Diz-me cá meu S. João
Isto em Braga é
[pim-pam-pum;
Temos OTA? Alcochete?
Ou Portela e mais um?...

Feliciano Mendes Braga

S. João bem popular,
É tempo de sardinhada.
Todos para a romaria
Até bem de madrugada.

Américo da Silva Alves, Braga

S. João é romantismo
Que perdura e seduz;
Braga é quadro de artista
Pois tem o seu Bom Jesus.
António F. Ferreira, Braga

Já me cheira a S. João
Já me cheira a manjerico;
C’o alho porro na mão
Vou a Braga, ao bailarico.

Francisco Assis Canário, Braga

S. João, és cá dos meus.
Também gostas de bailar.
Pede lá licença a Deus,
Vem a Braga festejar.

Maria da Luz S. Rocha, Braga

O meu S. João de Braga,
Tem alegria sem fim.
Sardinhas e manjericos,
Braga é um belo jardim.
Maria Conceição Rodrigues, S. Pedro de Merelim

Nada tem mais popular,
Esta Braga tão bonita,
Do que quando alguém citar
S. João ou o Mesquita.
Jorge Tinoco,
Amares

Braga, cidade antiga,
S. João a padroeiro.
Tem a Sé como amiga,
Bom Jesus como romeiro.
Parcídio G. Fernandes,
Fafe

Vem ao S. João a Braga,
Faça calor, faça frio;
Vem ver os nossos santinhos
E o São Cristóvão no rio.
Abílio Oliveira Ferreira, Braga

Vem a Braga ao S. João;
É pertinho, pouco paga.
Porque todos os caminhos
Vão direitinhos a Braga.

Abílio Oliveira Ferreira, Braga

S. João ornamental!
Diria mestre Zé Veiga.
Braga e seus continuadores
Dele colheram a seiva.
António Lucílio Pereira
Braga

Alegria e bem-estar
Em Braga, no São João.
Venham todos festejar,
Viver esta tradição.

Cristina Filipa Barcosa, Ucha, Barcelos.

Wednesday, July 4, 2007

Degelo da Gronelândia: efeitos devastadores


Há quinze dias verificámos que os mapas do mundo vão ter de ser redesenhados à medida que aquecimento do Planeta Terra vai aquecendo e o degelo desfaz o continente da Antárctida e a Gronelândia.
Mas debaixo deste Carvalho de Calvos, á espera do sol do Verão, começamos a desesperar. O Verão come-çou mas já não é o que era, quando a TV nos mostra inundações em Inglaterra e na Alema-nha, enquanto a Grécia e a Arménia estão assar com um calor nunca visto. E por falar de Inglaterra, situemo-nos em Londres, uma cida-de que é atravessada pelo rio Tamisa, sujeito às marés do Oceano Atlântico. Nas últimas décadas, os níveis das águas do mar come-çaram a causar mais estragos durante as tempestades, o que obrigou o Governo a construir umas barricadas que podem ser fechadas para prteger grande parte da cidade.
A partir de 1985, as barricadas começaram a fechar a uma média de seis vezes e agora já é necessário fazê-lo onze vezes por ano. É um número que nos alerta para o impacto do crescente aquecimento global através do mundo. O aumento do nível do mar pode vir a ser mais rápido e maior, dependendo do que acontecer na Grone-lândia e na Antárctida e das opções que estão nas mãos de quem gere as grandes potências.
Se observarmos as maiores áreas de gelo — Antárctida e Grone-lância — que estão em risco, ficamos muito mais inquietos.
A plataforma de gelo da Antárctida oriental é a maior massa de gelo da Terra. Pensava-se que estava a crescer mas, em 2000, descobriu-se que o volume de gelo desta plataforma está a diminuir e 85 — 85! — por cento dos glaciares que lá existem aceleram o seu a-vanço para o mar, ou seja, estão a derreter-se. Por outro lado, as temperaturas do ar —medidas acima da massa de gelo — aumentaram mais rapidamen- te que as temperaturas do ar em qualquer outra parte do mmundo. Esta descoberta foi uma triste surpresa sem que os cientistas tenham conseguido explicar este fenómeno.
Os mesmos cientistas afirmam que a pla-taforma oriental será mais estável que a pla-taforma ocidental da Antárctida, apoiada na terra, e, por isso, não se deslocou para o mar como acontece com o gelo flutuante. Se esta plataforma ocienttal se derretesse ou se a ilha escorregasse para o mar, isso fazia aumentar seis metros o nível dos mares em todo o mundo.
Esta plataforma ocidental regista altera-ções alarmante na parte inferior. Estamos a falar de uma plataforma gelada do tamanho da Gronelândia que também faria subir em seis metros o nível das águas do mar em todo o mundo, se se derreter ou se se desprender e deslizar para o mar cada vez mais quente.

Agora, centremos a nossa atenção nas alterações que se verificam na Gronelância: em 2005 foram avistadas enormes lagoas de água do degelo. Sempre existiram estas lagoas, mas agora são muitas mais e cobrem uma área mmuito maior do gelo.

Acresce que estas lagoas são se-melhantes às da plataforma Larsen — de que falávamos há 15 dias — antes do seu súbito e chocante desaparecimento.

Também a Gronelândia mostra a existência de profundos sulcos e túneis ou ‘moulins’ constituídos por água produzida pelo derretimento do gelo. Quando esta água che-ga ao fundo do gelo, lubrifica a superfície do leito da rocha e desestabiliza a massa de gelo, fazendo com que esta deslize para o oceano.

Dirão os entendidos que sempre houve de-gelo sazonal oou ‘moulins’ mas estas nada tinham a ver com o que está a acontecer hoje, porque o degelo se tem acelerado rapidamente.

Em 1992, o degelo verificava-se em pequenas franjas da Gronelândia, a sul. Dez anos mais tarde, o degelo já atingia franjas maiores e chegava ao Norte. Em 2005, me-ta-de da ilha da Gronelandia sofre efeitos do degelo.

Se a Gronelândia se derretesse ou se quebrasse ou ainda des-lizasse a suua massa de gelo para o mar Atlântico, os níveis do mar subiam em todo o mundo cerca de seis metros. Al Gore, no seu livro que temos vindo a resumir para os lei-tores, ao longo destas “carvalhadas”, escreve que a Florida ficava reduzida a metade do seu território.

Se as águas do mar subirem seis metros, façam um pequeno e-xercício para ver o que acontece entre a Póvoa de Varzim e Caminha e poderão avaliar as reais consequências do aquecimento global do Planeta terra.

Se acharem que isto não é preocupante, continuem a fazer como até agora.

Monóculos e altar aproximam Santuário do Sameiro a Braga



A Confraria da Senhora do Sameiro já decidiu demolir o altar moderno mas polémico que separa o Santuário do escadório — revelou Mons. Eduardo Melo Peixoto.

O presidente daquela Confraria e da Cooperativa TUREL falava no programa “Sinais” que a rádio Antena Minho emite hoje, a partir das 10 horas, em que manifestou a esperança de que o Novo Centro Apostólico do Sameiro esteja totalmente renovado em finais de Agosto ou Setembro.

Como minhoto, Mons. Eduardo Melo assegura que “o nosso Minho é um santuário religioso e natural” que é preciso preservar e conservar.

Quanto aos santuários existentes no Minho, a TUREL está apostada em  dotá-los de “parques de silêncio e lazer porque os santuários são recantos de peregrinação, de descanço e de lazer”.

Possuidores de uma matriz com certa homogeneidade, através de acordos com o ministério da Administração Interna, as Confrarias colaboram na conservação da natureza, uma vez que os “Santuários funcionam também como postos de vigilância dos incêndios” enquanto “procuramos que possam acolher dignamente quantos os procuram, com sanitários, pontos de água potável e pontos de recolhimento espiritual”.

O facto de haver obras em  todos os santuários significa que as mesas estão tentas a fazer o melhor e respeitar o que nos deixaram”.
No Sameiro têm sido feitas “muitas obras no exterior e envolvência: com novas árvores, novos sanitários (cinco batrias bem equipadas para os peregrinos), e parques automóveis suficientes”.

O Centro Apostólico, construído em 1969 e devido a muita utilização, estava muito deteriorado ao nível das canalizações e teve de se mexer tudo de modo a criar ali a “Albergaria Nossa Senhorra do Sameiro e Centro Apostólico, pois toda a gente vai usufruir do equipamento nas mesmas condições que tinha até agora”. O novo espaço requalificado está “aberto a todos os movimentos apostólicos e a turistas que queiram aproveitar aquele local para repouso corporal e espiritual”.

É uma obra muito profunda porque só ficaram praticamente as paredes e é enriquecida com “uma piscina interior, bem como uma piscina para pequenos, um SPA, e muitas salas para reuniões e convívios de modo a poder albergar actividades dos movimentos de pastoral” — prossegue o presidente da Confraria do Sameiro.

Interrogado sobre o prazo de conclusão das obras, Mons. Eduardo Melo deseja  que “no fim de Agosto, aquando da realização da peregrinação dos emigrantes, estivesse tudo pronto, mas deverá ser difícil. As obras estão em ritmo acelerado e este ano o Centro Apostólico e a Albergaria estão em pleno funcionamento”.

Mons. Eduardo Melo destaca que “o Sameiro continua a ser um lugar de procura de muita gente e dá o  exemplo da “Capelinha no exterior que é um lugar de refúgio de noite, mesmo no inverno”.




Quando se lhe pergunta o que falta, Mons. Eduardo Melo compara os “santuários aos homens —  nunca estão completos” mas sempre vai revelando que “vamos retirar aquele altar das celebrações em frente à cripta porque ninguém concorda com aquilo”.

A comissão de Arte Sacra da altura, na década de 70, concordou mas de facto “quebra a unidade e união entre o Sameiro e a cidade de Braga.

Portanto, temos de procurar uma  maior ligação cidade e santuário. Nas grandes celebrações colocaremos um estrado amovível”.

“Vamos colocar ali uns monóculos especiais para que dali se aprecie a cidade, com dois aparelhos que pu-xam a cidade mais parao Sameiro. Não são dois ‘canudos’, mas permitem aos turistas e peregrinos terem uma maior proximidade com a nossa cidade” — explica Mons. Eduardo Melo.

Ao longo do escadório, estava prevista a colocação de painéis de cerâmica com passos da vida de Nossa Senhora. Só foram colocados dois  — um da Assunção e outro que evoca a descida do Espírito Santo.

“As intempéries e geada não permitem aquele tipo de painéis; é por isso que o programa previsto para aqueles quadros não avançou. Vamos ver se os retiramos dali e dar um arranjo diferente ao escadório. Já pensamos em colocar cruzes de forma a fazer uma Via-Sacra, desde o início do Escadório até lá cima. É uma proposta que está em estudo” — conclui Mons. Eduardo Melo.