Thursday, June 28, 2007

S. João da Ponte: coração da romaria de Braga




Era a quinta dos Arcebipos onde estes repousavam na estação de Verão até que foi confiscada pelo estado, nos alvores da República. Estamos a falar do parque da Ponte onde existe uma fonte de água puríssima mandada construir por D. Frei Agostinho de Jesus, nos fins do século XVI. Esta fonte conserva ainda o brasão daquele prelado.
Os documentos históricos asseguram que esta quinta era propriedade dos Senhores de braga já ao tempo de Frei Bartolomeu dos Mártires.

De facto este Arcebispo, a caminho dos altares, mandou construir ali um hospital para tratar dos “infeccionados pela peste de 1570, como consta da inscrição gravada no pedestal do cruzeiro ali existente e levantado no sítio que servira de cemitério das vítimas”.

Depois deste respigo pelos “Fastos Episcopaes da Igreja primacial de Braga”, escritos por José Augusto Ferreira (Braga, 1935, pag. 419), paremos junto da Capela de S. João da Ponte, construída em 1916, a partir de uma outra ermida mais pequenina, poucos anos depois de ter sido terraplanado o grande largo que a circunda.



A Capela foi idealizada por um mestre coimbrão, António Gonçalves e a sua construção foi custeada por Júlio Lima, ao passo que Ernesto Korrodi (autor do palácio Dona Chica, em Palmeira), foi quem fez a distribuição dos espaços que hoje são conhecidos pelo parque da Ponte e largo envolvente da Capela de S. João.

No ano de 1911, o Governo cedia à Câmara Municipal a quinta dos arcebispos para ali construir um mercado fechado e um horto mas as notícias de 1922 falam-nos dos esforços do bracarense Júlio Lima que construíra, nas imediações um campo de futebol e um hipódromo “que deve ficar o melhor do país”.

Um éden terreal
adentro da cidade

Azevedo Coutinho, no seu “Guia do Forasteiro de Braga” (1922) descreve o S. João da Ponte como um dos “mais belos e pitorescos da cidade de Braga, tendo sido muito transformado, pois além do ajardinamento de que dispõe e fontanários, tem no lado poente, um pequeno lago, com uma gruta também de minúsculo tamanho, um coreto na alameda, na rectaguarda da capela e mais ao fundo um outro lado maior”.

Escrevia Azevedo Coutinho que aquela zona “é, aos domingos, durante o Verão, muito frequentada, não só pelo povo desta cidade, mas também pelos inúmeros visitantes que vêm a esta terra e mais o será quando as obras estiverem todas completas o que será caso para dizer que deve ser um Éden terreal, adentro da cidade”.



DA CAPELINHA Á CAPELA
NUMA VIAGEM POR CAMILO

A Capela de S. João é acanhada e simples arquitectura, em cujo alpendre se pode ler 1616, data de uma reconstrução da anterior ermida fundada no mesmo local por iniciativa de D. Diogo de Sousa (1505-1532), sede de uma confraria responsável pela festa do baptismo de S. João, cuja fama vinha dos tempos do rei D. João I que impôs esta festa a todos os concelhos.

Camilo Castelo Branco, que vinha muitas vezes a Braga, citando um documento do séc. XVII, fala-nos dos cavalheiros bracarenses que lançavam porcos na coutada dos arcebispos, sendo um deles de cor preta, criado durante o ano à custa de um ou dois mordomos nomeados para esse ano.

Quando rompia a madrugada, os cavalheiros subiam ao alto do Picoto onde recebiam as orvalhadas e soltavam o porco para o perseguirem atè à margem esquerda do rio este, onde encontrava sobre a velha ponte um grupo de moleiros — da zona dos Galos – que impediam a sua passagem para a cidade. Se o porco conseguisse passar, venciam os moleiros que depois o matavam, desamanchavam e distribuíam entre eles. Se não conseguisse passar a ponte, era comido pelos cavalheiros.



O PINHEIRO DA GREGÓRIA:
ORIGEM DE UM NOME

A cerca de dois quilómetros da velha ponte do rio Este — na estrada em macadame para Guimarães — existiam dois pinheiros mansos, de proporções gigantescas. O da esquerda foi derrubado antes de 1895. Neste ano, a senhora D, Maria Couto. Residente na rua do Carvalhal, “sem o mínimo respeito por essa vida tão longa, vendeu-o por 31.500 reis. Os seus braços enormes deram dezanove carros de lenha que foram vendidos por 18 mil reis. A maior parte da madeira foi comprada por um snehor António Fernandes Lopes para a casa que construiu na Rua dos Capelistas.

É o desaparecimento do Pinheiro da gregória — que dá origem ao nome do lugar — foi muito chorado naquela altura e levou alguns bracarenses a plantarem um outro pequenino.



UM CRUZEIRO
E O DIABO MANQUINHO

Um dos sítios mais interessantes do parque da Ponte é o cruzeiro do Senhor da Saúde. Começou por estar junto à Sé, depois passou para a Capela de S. Miguel-o-Anjo e dali para o Largo das Carvalheiras. A invocação deriva da sua integração numa casa de saúde, construída por D. Frei Bartolomeu dos Mártires, aquando da peste de 1570.

O cruzeiro tem uma inscrição onde se lê: Sendo o Arcebispo de Braga D. Frei Bartolomeu dos Mártires, houve peste nesta cidade, no ano de 1570, e os ‘impedidos’ foram trazidos a esta devesa”.

Uma das estátuas que desperta a curiosidade dos que passeiam pelo parque da Ponte é o Diabo manquinho, (idealizada por André Saores?) situada à direita da Capela de S. João.

Esta estatueta estava originariamente numa alameda do Bom jesus, por trás do antigo Hotel do Parque. Por ali se encontram ainda capitéis peretencentes á antiga Igreja e Convento dos Remédios (demolido em 1911) e do pórtico jónico da Igreja do Salvador.

Estes elementos escultóricos mereciam melhor sorte se… e é melhor não dizer mais nada!

Kiddo: guarda e diverte as crianças aliviando os pais



Nos tempos que correm, os pais têm receio de levar os filhos a locais onde se concentra muita gente, como ‘shoppings’, festas e arraiais. Com Kiddo – um alarme criado por uma empresa bracarense – pode andar à vontade com os seus filhos, mantendo-os em segurança.

“Vivemos num mundo cheio de perigos onde as pessoas também são chamadas a viver num ritmo apressado e a falta de tempo leva a que se tenha de fazer diversas coisas ao mesmo tempo” – explica o prospecto que divulga este equipamento. Isto dispersa-nos a atenção e gera distracções inevitáveis, expondo as crianças que nos acompanham aos mais diversos riscos.

Atenta aos novos ritmos de vida, uma empresa do Minho – a Smart-target – desenvolveu um equipamento muito simples que constitui uma preciosa ajuda aos pais.

Carla Martins, responsável pela comunicação e marketing da Q.I.DS, um espaço de baby sitting e loja de brinquedos educativos, instalado no Braga Parque, que está a testar a comercialização deste equipamento, explica-nos como funciona e quais são as suas vantagens.

Kiddo é um sistema inteligente que avisa os pais quando as crianças se afastam, ou seja, “permite aos pais controlar o afastamento entre dois e oito metros, ajudando a evitar situações como perdas, raptos ou movimentos das crianças para sítios de risco”.

O Kiddo pode ser levado pelos pais e crianças para a praia, para um parque, para um shopping ou qualquer outro local de concentração de muitas pessoas, oferecendo tranquilidade e segurança a toda a família.

O aparelho electrónico é um simples emissor, colocado na criança, que alerta o receptor (que o pai usa) – dispara o alarme - quando ela se afasta do receptor mais de oito metros.

Este aparelho, com design apropriado às crianças, serve para proteger aqueles miúdos mais ariscos em espaços frequentados por muitas pessoas.

Carla Martins explica que este projecto da Smart-Target esteve em desenvolvimento durante dois anos e agora foi lançado no mercado.

A Q.I.DS Brinquedos Educativos Park foi convidada para “ser a empresa que testa a vendabilidade deste produto cujo lançamento oficial acontecerá em breve no Porto”.




QUE É O Q.I.DS PARK?
BRINCADEIRAS INTELIGENTES

Afinal, o que é a Q.I.DS? É um espaço infantil inovador: no mesmo espaço associa a venda de brinquedos educativos a um espaço de ‘Baby Sitting’, o Q.I.DS Park.

Com mais de 1200 crianças na sua base de dados, desde que abriu no ano passado, o Q.I.DS Park é um espaço de ‘Baby sitting’ e venda de brinquedos educativos que resultou de uma Iniciativa Local de Emprego (ILE).

Esta ILE foi desenvolvida por Maria João Baía Sousa e Sofia Corais e permitiu a criação de quatro postos de trabalho na loja 213 no segundo piso do Braga Parque. Com seis pessoas, esta equipa começou a trabalhar, após um curso de empreendedorismo na Associação Comercial de Braga, frequentado pela Maria João Baía Sousa, cujo projecto apontava para os brinquedos que permitam uma educação construtiva.

A Loja Q.I.DS abriu em Setembro do ano passado, após a aprovação do projecto pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional, em que o “Baby sitting é um serviço de complemento à loja de brinquedos e tem resultado exponencialmente”.

O serviço oferecido por Q.I.DS “permite aos pais realizar certas actividades que não podiam no Shopping e que agora podem ir à ginástica, ao cinema, etc. por 2,5 euros à hora”.

Este serviço tem sido uma excelente aposta destas jovens empreendedoras pois há fins-de-semana que chegam a ter entre oitenta e cem crianças em baby sitting, atendendo a que apenas podem atender dez crianças por hora.

Ali, enquanto os pais fazem o que têm a fazer no Shoping, as crianças pintam, colam, cortam, tudo em “actividades manuais”. Acresce que na sala não existe televisão nem computadores, estimulando as crianças “para as brincadeiras físicas, desenvolvendo as artes manuais e resgatando certas competências”.




BRINQUEDOS
CERTIFICADOS

A aposta da Q.I.DS – sublinha Carla Martins – reside nos brinquedos “certificados que permitem aos pais e filhos brincar para educar”.

Se é verdade que o ‘Baby sitting’ ultrapassou os objectivos iniciais, em termos de brinquedos, falta ainda dar “tempo ao tempo para sensibilizarmos os pais e educadores para as vantagens deste tipo de brinquedos”.

Assim, Carla Martins destaca que os brinquedos disponíveis na Q.I.DS são todos de madeira, resultam de artes manuais, tradicionais, tecidos, jogos de equipa e não têm pilhas. “Essa é a nossa preocupação, promover junto dos pais uma brincadeira de forma construtiva para os seus filhos” – prossegue a nossa interlocutora.

O preço e a juventude da marca podem explicar ainda alguma resistência dos pais a este tipo de brinquedos. “tudo tem o seu tempo para que as pessoas comecem a valorizar um brinquedo certificado e reconhecer que a qualidade tem um preço diferente e para o qual alguns pais ainda não estão sensibilizados para investir”.


CAMPANHA JUNTO DOS COLÉGIOS

O projecto mais recente de Q.I.DS – Brinquedos Educativos e Espaço Baby Sitting – consiste numa campanha em parceria com os colégios da cidade.

A Q.I.DS está a distribuir pelas escolas, aos pais, um Vale de Desconto Q.I.DS equivalente a 10% de desconto em compras de valores iguais ou superiores a 10€, válido até 31 de Outubro 2007;

Por cada compra efectuada em valores iguais ou superiores a 10€, os pais estão a contribuir com 5% do valor total da compra para a escola que o filho(a) frequenta;

No dia 31 de Outubro faz-se o apuramento do valor acumulado ao longo dos meses;
No dia 1 de Novembro 2007 todas as escolas são informadas do valor que ganharam em brinquedos e materiais didácticos na Q.I.DS – Mundo Criativo, graças à colaboração de todos os pais.

Carla Martins explica assim o novo projecto: os colégios envolvem-se connosco, uma vez que nós damos um vale de desconto aos pais que comprem produtos na nossa loja, até 31 de Outubro”.

Nessa data, uma parte vai para o colégio aderente que pode vir aqui fazer compras no valor desse desconto.
“Queremos estimular e divulgar o conceito de brinquedos educativos, estamos em reuniões com vários colégios para entrarem nesta campanha e já temos várias adesões”, como são a Fundação Bonfim, a Miúdos e Pimpolhos-Creche e Jardim de Infância e a Creche Quinta da Nascente – concluiu Carla Martins.

S. Joao de Braga e o Carro dos Pastores






O carro da Dança do Rei David e dos Pastores constituem dois momentos indescritíveis das festas de S. João, em Braga.
O carro do Rei da David, com tocadores e Rei, continua a ser uma responsabilidade herdada por uma família da freguesia de Palmeira, de geração em geração, desde o século XIX. Ainda hoje, essa família faz questão de manter a tradição. Trata-se de um grupo de pessoas que apenas actua no dia 24 de Junho, em Braga, e uma ou outra vez em programas televisivos. O grupo é constituído por treze pessoas, sendo um Rei, mais dois guias e dez músicos.

É o carro mais conhecido das Festas de S. João, embora o mais enternecedor seja o dos pastores, uma vez que as personagens, quatro anjos cantores, e restantes acompanhantes da dança são crianças.

Desde há 54 anos – e talvez pela última vez este ano – são ensaiados por uma senhora que aprendeu com a mestra, D. Alice Ribeiro. Estamos a falar da D. Maria Emília Timóteo Gonçalves, vizinha do Parque da Ponte, aposentada de Auxiliar de acção Educativa em Ferreiros, S. Lázaro e no Carandá.

Os ensaios começam dois meses antes porque parte dos elementos não passam de um ano para o outro, até ao dia de hoje, dia 22. Neste dia, o carro dos pastores devidamente decorado com ervas, heras e flores, faz o ensaio geral.
Trata-se de um auto em dois actos sobre a vida do Baptista e não é fácil preparar crianças de dez a 13 anos para cantarem e dançarem como deve ser.

O grupo dos quatro anjos cantores e o coro das bailarinas são acompanhados por um grupo de músicos requisitados à banda de Cabreiros, sob direcção do mestre João Brás.

A curiosidade de milhares de pessoas que rodeiam o desfile destes carros concentra-se no menino João Baptista com o seu cordeirinho. A tradição diz que ele não deve ter muito mais que três anos, deve ser loiro e cabelo encaracolado, o que “é bastante difícil de recrutar”. O seu recrutamento e escolha exige um trabalho de acompanhamento dos pais, quer para o João quer para o cordeirinho que fica à disposição dos pais do João para que se habituem um ao outro.

Por outro lado, os quatro anjos “têm de ter uma voz forte porque não há qualquer suporte electrónico. Em tempos chegou a colocar-se uma aparelhagem sonora mas isso retirava genuinidade e pureza ao auto.



No entanto, a pessoa indicada para nos falar deste Carro dos pastores é a sua ensaiadora, que foi “pastorinha, quando era criança, fui Santa Isabel primeiro e depois fui anjo”.

“A D. Alice Ribeiro era quem ensaiava e ela achou que eu tinha jeito e paciência para continuar o trabalho dela e cá estou há 54 anos a ensaiar e preparar o Carro dos pastores” – começa por nos recordar a D. Maria Emília Timóteo.

Mais à vontade lá foi abrindo a caixa dos segredos: “comecei a ensaiar com uma gravação numa cassete e ainda é assim que faço hoje”, embora nos mostre depois os papéis comas letras e um livro publicado por D. Helena Palha, há 23 anos, sobre a Dança do rei David e o Carro dos Pastores, com a sua história, letra e partituras para os diversos instrumentos.

DE FAMALICÃO
PARA BRAGA

Constituído por 14 pastores, Isabel e Zacarias, mais quatro anjos e João Baptista, o grupo começa a aprender a música mas “tenho-me visto consumida. De ano para ano, está pior. Agora é difícil arranjar rapazes. Antigamente, ofereciam-se para ir no carro. Agora é raro aparecer alguém a oferecer-se”.

O que vai valendo “é a D. Vitória, da freguesia da Sé, que veste os anjinhos, que vai sensibilizando os pais para deixar os filhos ir no Carros dos Pastores, se não pouca gente tínhamos”.

Depois a escolha do S. Joãozinho é muito difícil. Há crianças que “não dão: fogem e têm medo. Este – o deste ano – deu bem, com um chocolate e uns rebuçados lá foi indo e aprendendo...”

E quanto à sua traquinice? Maria Emília Gonçalves não concorda: “são as pessoas que puxam por ele para fazer chi-chi ou andar às cavalitas no carneirinho porque lhe acham piada.

“Sabe que quem trata do carneiro, para o lavar, dar-lhe comida, enfeitá-lo, são os familiares do menino e às vezes também são os pais que os levam para estas brincadeiras” – admite a nossa interlocutora.

Os ensaios começam em Maio, diariamente, excepto ao sábado e domingo. “Tem que ser assim porque alguns faltam muitas vezes. Este ano foi muito difícil, por causa das comunhões” – lamenta D. Maria Emília que acentua a dificuldade em arranjar anjos com voz forte.

“Eu começo a cantar com eles sem música. Depois quando eles apanham a música, colocamos a gravação e eles cantam com o som de fundo. Depois de saberem a letra e a música começa o ensaio da dança”. Estes são os principais momentos da preparação do Carro dos pastores.

Os momentos principais da exibição do Carro dos Pastores são em S. João do Souto, Avenida da Liberdade, Câmara Municipal e Pópulo.

A banda com dez ou doze músicos só aparece nesta semana dos ensaios gerais mas D. Maria Emília sossega os forasteiros: “acho que estão bem ensaiados este ano”.

Mas o que é o Carro dos Pastores e de onde veio?

Trata-se de um auto-pastoril sobre a vida de S. João Baptista que se celebrava em Landim, Famalicão, por altura do Corpo de Deus.

A melodia sobre um texto da tradição oral é da autoria de João Guedes, com arranjo do famoso Fernando José de Paiva, conhecido por ser o autor do hino de Braga.

Colégio João Paulo II: rigor para a excelência






O Colégio João Paulo II é um projecto novo do ensino privado em Braga e resulta da vontade dos pais que se uniram numa força recuperadora de valores (rigor, exigência e excelência) de portas abertas à comunidade onde se insere: S. Martinho de Dume.

Assente no conhecimento da realidade e alimentado pela confiança das famílias, esta nova escola não acolhe só os alunos, mas abre as portas às famílias de modo a ajudá-las com uma “proposta educativa que responda às necessidades delas no século XXI” – diz-nos a d.ra Carla Fonseca, presidente da Direcção da ASDEPESO (Associação para o Desenvolvimento Pessoal e Social).

Esta associação foi criada por 16 pais, de vários quadrantes de actividade, mas animados pelo mesmo ideal: “uma proposta educativa que ofereça todas as condições humanas e materiais necessárias à educação integral dos nossos alunos valorizando o aspecto académico, o aspecto humano, o esforço e a criatividade, a reflexão e tranquilidade, a razão e a fé”.

Da fundação da ASDEPESO nasceu o Colégio João Paulo II que se distingue por possuir uma “missão única” de servir uma “proposta educativa de excelência, numa perspectiva construtiva e inovadora em equipamentos e instalações do complexo educativo de grande qualidade” – assegura Carla Fonseca.

E o nome? “Fomos buscá-lo a uma referência de trabalho, de dedicação aos amigos, de ligação ao desporto e ao teatro que é João Paulo II” – explica a nossa interlocutora.

De facto, esta escola pretende cultivar “atitudes reveladoras de amizade, de gentileza, de companheirismo, de tolerância, de responsabilidade e de auto-exigência” para além do culto do “diálogo, respeito pelos outros e pelo meio ambiente”.

A proposta educativa para o século XXI, sob coordenação da prof. Nadalete Faria, desenvolve-se num ambiente calmo, mas estimulante, organizado e inovador, com professores dedicados em exclusividade, professores de apoio e tutores, cursos de recuperação, acompanhamento de necessidades especiais, actividades de índole social e comunitário, serviço de saúde, actividades extracurriculares e formação dos pais.

Carla Fonseca recorda que o lançamento do novo Colégio se ficou a dever ao reconhecimento do valor do novo projecto por parte do dr. Cabral Vilas Boas e de outros parceiros que permitiram a aquisição de um palacete situado junto à Igreja de Dume, o seu restauro e a construção, faseada, das novas instalações da escola.

Assim foi possível à ASDEPESO – sem fins lucrativos – lançar-se na sobras de construção da escola em Abril do ano passado, de modo a poder abrir em 4 de Setembro do mesmo ano, depois de um programa de acolhimento em que ninguém teve férias.




No primeiro ano de actividade, o Colégio João Paulo II é frequentado por quase 90 crianças nas valências de creche, pré-primário e primeiro ciclo.

As crianças dispõem de salas de arte, de música, de gabinetes de apoio individualizado, informática e multimédia, pavilhão gimnodesportivo, recreio coberto, polivalente, biblioteca, laboratórios e refeitório.

O programa da ASDEPESO é levar as crianças que ali entram para a valência de creche a continuar os estudos e formação até ao 12.º ano. Assim, em 2007, o Colégio já terá terceiro ano do primeiro ciclo, em 2008, o quarto ano, e por aí adiante, sempre com duas turmas de pré-escolar, duas turmas de cada ano de escolaridade subsequentes.

Carla Fonseca destaca, como timbre desta escola, o trabalho em equipa dos professores, com perfil seleccionado e apropriado, que lhes permite conhecer a realidade da família, em virtude da sua total disponibilidade.

“Nunca será um colégio massificado porque é incompatível com o nosso projecto educativo. De modo a ter acompanhamento das famílias, apoio personalizado aos alunos” – esclarece Carla Fonseca.

O Colégio está aberto das 7 às 20 horas de modo a realizar um dos seus propósitos que é estar ligado á comunidade de Dume e ao seu serviço, de modo a sensibilizá-la também para “um crescimento saudável” numa zona onde o apelo à construção é enorme.



A ligação à comunidade sente-se já através de contactos com o CNE em que os jovens fazem voluntariado com as crianças do colégio, de modo a poder dizer-se que “Dume entra no colégio e o colégio está ao serviço de Dume” disponibilizando os seus espaços e equipamentos.

O Colégio dispõe de uma Ludoteca e centro de recursos educativos, adquiridos a Ana Paula Proença, do Abre-te Sésamo, de modo a “consolidar a qualidade do ensino, com rigor, exigência, excelência”.

Quanto ao futuro, uma vez que apenas foi executada uma fase das obras do plano global, Carla Fonseca adverte que “o crescimento será feito sempre com viabilidade económica para que possamos chegar ao 12.º ano”.

Quanto a outros projectos, de âmbito educativo, a presidente da ASDEPESO desabafa: “gostaríamos de ter o ensino profissional, como resposta alternativa, após o nono ano, para que os alunos possam ter continuidade até à universidade”.

Braga: “bogalha” dos tempos livres alastrou-se às crianças e idosos





Os mais crescidos lembram-se de ocupar os tempos livres a jogar “à bogalha” ou à “bogalinha” – essa paixão de toda a miudagem - e foi esta brincadeira que levou Adolfo Eduardo Castro Fernandes e seus companheiros a uma aventura séria em prol da infância e da terceira idade.

Depois de andar com a “casa às costas”, “A Bogalha” do filho do jogador arsenalista Cesário dispõe hoje de excelentes instalações, a meio caminho entre a Quinta dos Congregados e o Bairro da Alegria. Ali acolhe gente de todo o lado, incluindo a D. Arménia, que foi cozinheira do general Norton de Matos.

É com um brilho nos olhos – para suavizar as dores de cabeça dos encargos e dos efeitos da crise – que Adolfo Fernandes nos mostra as magníficas instalações da Associação “A Bogalha” que faz 21 anos de vida depois de amanhã.

Este funcionário da Segurança Social foi estimulado por Fernando Rocha – então presidente do Centro Distrital de Segurança Social de Braga – a criar uma creche que começou a funcionar numa vivenda na av. 31 de Janeiro, para apoio aos filhos dos colaboradores da Segurança Social, agregada ao Centro de Cultura e Desporto. Depois de alguns meses adquiriu o estatuto de IPSS e alargou os seus serviços a Jardim de Infância, com vinte crianças, e ATL, com dez.

Hoje, é uma estrutura consolidada, com um orçamento da ordem de um milhão de euros e 49 funcionários que prestam apoio a 124 crianças do Jardim de Infância, mais 33 crianças na valência de creche criada em Setembro do ano passado. No ATL é prestado apoio a 120 crianças, enquanto o centro de Dia para idosos acolhe oito pessoas e é prestado apoio domiciliário a mais de uma dezena.

“A Bogalha” presta ainda serviço de acção social, no âmbito das acções de levantamento, requerimento e fiscalização do Rendimento Social de Inserção (RSI).

Falávamos acima de dores de cabeça do Adolfo Fernandes e da sua Direcção: é que as novas instalações foram financiadas, com atraso, no âmbito da Medida 5 do programa europeu “Integrar” em 50 mil contos. Foi bastante pouco para um investimento de 320 mil contos, apesar de terem sido desbloqueados mais 25 mil contos do Fundo de Socorro Social. O resto foi financiado através do recurso ao crédito bancário que está a ser amortizado à medida que a Associação pode.

Com boas relações com as autarquias – quer a Câmara Municipal quer a Junta de Freguesia de S. Vítor – “A Bogalha” não abdica da “participação cívica na vida da cidade, contribuindo para o enriquecimento cultural da cidade, sem tirar protagonismo a ninguém” – assegura Adolfo Castro Fernandes.

NOVA CRECHE

É este dinamismo da direcção de “A Bogalha” que justifica um novo projecto em marcha: a construção de uma creche, cuja candidatura já foi aprovada pelo programa PARES. A creche será construída no terreno anexo às actuais instalações. Dentro de dois meses abre o concurso e a obra tem de estar concluída no prazo de um ano ara atender 33 crianças – revela o nosso interlocutor.

Adolfo Castro Fernandes fala-nos de outro “projecto inovador” – no nosso entender de grande alcance social – mas ainda é cedo para dizer quando avança e por isso é melhor guardar os pormenores, para já.
Em termos educativos, o projecto é coordenado por Elisabete Dinis e a “menina dos olhos” desta instituição passa pelo “Numérica”, um projecto de ensino da Matemática através de jogos e apoio multimédia.

O lema de Elisabete Dinis passa por “promover todas as potencialidades da criança, independentemente da sua condição social, em todas as vertentes, desde a emocional à sócio-afectiva, de modo a possibilitar-lhe um desenvolvimento harmonioso em todas as áreas”.

Este projecto assenta na “aprendizagem activa, mediante a qual a criança aprende fazendo, com experiência e acção”.
“Temos conseguido – diz – porque as nossas equipas têm feito um excelente trabalho nesse sentido. Temos conseguido desenvolver trabalhos de estimulação, ao nível da diversidade dos temas explorados”.

Este projecto educativo tem um nome “A Bogalha sem barreiras, no respeito pela multi-culturalidade” que permite um conjunto de aprendizagens, através de pesquisas, com as educadoras, em colaboração com os pais, de acordo com os países explorados e as culturas”.

A segunda fase deste projecto envolve um grande número de crianças com as culturas do Brasil, Leste Europeu, Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e Roménia.

Os resultados do programa têm sido excelentes e traduzem-se no Dia da Poesia, saraus multiculturais, em que as crianças, por exemplo, “declamam poemas de autores dos diferentes países” ou expõem trabalhos realizados pelo ATL e pelo Clube Juvenil.

O conhecimento dos diferentes países passa também pelas suas tradições, pela gastronomia (por exemplo, confeccionar os crepes franceses e outros petiscos que são servidos no fim dos saraus culturais), desenvolvendo um tema abrangente.
“Apostamos nas relações humanas e afectivas entre pessoas de diferentes culturas e países” – sustenta a Coordenadora Pedagógica de “A Bogalha”.

O próximo projecto educativo, explica Elisabete Dinis, passa pela “descoberta das ciências e das novas tecnologias para promover nas crianças o gosto pela observação, análise, registos, avaliação, espírito crítico, raciocínio lógico, novas tecnologias (porque cada sala dispõe de um computador)”.

Na sala do ATL existem vários computadores com acesso à Internet que permitem a pesquisa sobre temas que estão a ser explorados. Este projecto vai envolver o Departamento de Ciências da Universidade do Minho, com a presença de professores e de estudantes.

Outra das virtualidades apontadas por Elisabete Dinis foi a forte motivação dos pais para participarem nestas actividades e nas reuniões.

Outra das apostas passa pela recuperação do boletim da instituição, “Meio metro”, um instrumento de comunicação no seio da instituição, cujo presidente da Assembleia Geral é Luís Alberto da Costa Pereira. O presidente do Conselho Fiscal, eleito em Dezembro, com os seus pares, para um mandato de três anos, é António Manuel Almeida Seara.

No Lar D. Pedro V gira em torno do sol




“Tudo gira em torno do sol” bem pode ser o lema do serviço que diariamente é prestado pela Associação Lar D. Pedro V. No entanto, é o tema da exposição de trabalhos que se pode apreciar nos claustros da instituição.
Trata-se do resultado do trabalho efectuado pelas crianças e equipa pedagógica desta instituição particular de solidariedade social, cuja marca é o apoio à infância e à juventude feminina.
O Lar D. Pedro V recebe crianças de todo o concelho de Braga nas valências de Jardim de Infância e ATL e um pouco de todo o país no Internato. Além disso, constitui uma bela escola de aprendizagem que é proporcionada, através de protocolo, a estudantes da Universidade do Minho.
Com amplas instalações, a Associação do Lar D. Pedro V não poupa em equipamentos e serviços pedagógicos de apoio ás crianças, desde os espaços de lazer e desporto até às novas tecnologias, passando pela música, ginástica e inglês multimédia, entre outras ofertas.
Criado no longínquo ano de 1733 no Largo das Carvalheiras, o Lar D. Pedro V instalou-se num antigo convento de religiosas, por oferta do rei D Luís, para funcionar como “asilo da infância desvalida”.
Inicialmente o “asilo” absorveu também o do Menino Deus da Tamanca, mas em 1982 assumiu novos estatutos, transformando-se em Associação com missão de IPSS. Em termos estatutários, revela Manuel Morais da Costa, Secretário da Direcção que é presidida pelo Cónego Manuel Azevedo Tinoco, “estamos a pensar e mudar os estatutos para o regime de Fundação”, como forma de ultrapassar a crise por que passa o associativismo e o voluntariado de dirigentes.
Por outro lado, a Associação luta com carência de membros – são pouco mais de meia centena – e as suas principais fontes de receita derivam dos protocolos com a Segurança Social e as comparticipações das famílias e “vão dando para o dia-a-dia”.
O Lar D. Pedro V possui três valências, uma de internato para adolescentes e jovens, com trinta quartos de duas camas cada um, outra de Jardim de Infância, com cem crianças e uma terceira de ATL, com 80 miúdos.

BERÇÁRIO SUBSTITUI ATL?

O principal desafio que se coloca neste momento à instituição é o do ATL, em resultado das alterações do prolongamento de horário no ensino básico do primeiro ciclo. Esta dificuldade é transversal a todas as instituições com este apoio às famílias, uma vez que a procura está a diminuir significativamente.
Esta situação obriga a Direcção a estudar alternativas que podem passar pela “criação de um berçário/creche para responder à diminuição da procura da valência do ATL. Temos um plano em fase de arquitectura e o estudo financeiro está em curso” – adianta Manuel Morais da Costa que espera apanhar a próxima fase de candidatura do PARES.


No que se refere ao internato, as utentes são para ali enviadas pelas Comissões de Protecção de Crianças e Jovens, após decisões dos tribunais ou indicação dos serviços da Segurança Social. No Lar D. Pedro V são acolhidas crianças e jovens com idades entre os seis e os 18 anos que frequentam as escolas públicas da cidade de Braga.
Com uma colónia de férias em Fão, um investimento da ordem dos cem mil contos, que serve de apoio nos períodos não lectivos das jovens, o internato está confiado às Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado, através do serviço de quatro religiosas, apoiadas por cinco auxiliares.
Para o ATL, o Lar D. Pedro V disponibiliza duas educadoras sociais com apoio de duas auxiliares.
Apesar das dificuldades, a direcção do Lar D. Pedro V está a fazer um esforço gigantesco para restaurar o painel de azulejos da Igreja, depois de ter colocado um novo soalho. Trata-se do templo do extinto Convento de Clausura, fundado em 1720 por Dom Rodrigo de Moura Telles, depois de ter transformado o recolhimento das Beatas da Penha de França que o benemérito Pedro de Aguiar e sua mulher fundaram em 31 de Maio de 1652, destinado a 7 recolhidas, piedosas senhoras, às quais deu o nome de Beatas, que usariam o hábito de Santo António, doando-lhe rendas de pão e dinheiro para a sua mantença, e nomeando sua primeira regente Anna de Santa Maria, natural de Guimarães, “ recomendada pela sua gravidade, virtudes e bons costumes”.
Pedro de Aguiar e sua mulher Maria Vieira podem bem ser considerados beneméritos bracarenses, pelas suas acções em vários aspectos – no religioso e na sua acção civil. Foram os instituidores, entre outros actos beneméritos, do Hospital da Convalescença, mais tarde anexado ao de São Marcos, reformaram o coro da igreja de Nossa Senhora a Branca, etc.
Dom Rodrigo que ampliou o recolhimento, e posteriormente transformou-o em mosteiro professo, estabelecendo a Regra do Seráfico Patriarca São Francisco, dedicando o pequeno templo á Virgem Santíssima, sob a invocação de Nossa Senhora da Penha de França. Para isso contribuiu o donativo de cinco mil cruzados em dinheiro que o casal fundador tinha depositado no cofre da Misericórdia. No ano de 1720 fez construir a Capela, para serviço do recolhimento, ano em que benzeu e lançou a primeira pedra. Talvez, já pensando na transformação de regra, mandou abrir a porta de entrada barroca do lado da Alameda (porta lateral como era norma em todos as igrejas que serviam os Conventos de Clausura, para evitar contactos entre os que obedeciam a esta regra com os crentes, como por exemplo vemos no Convento da Conceição, nos Pelames ), além das suas armas de fé – sete castelos - , um nicho que alberga a imagem de Nossa Senhora da Penha de França, celebrando nela a sua primeira missa em 18 de Dezembro de 1721. Despendeu, então, com toda a obra a quantia de 22 contos de reis.
No seu interior, rico em todo o seu aspecto, destacam-se o retábulo da capela mor, em talha trabalhada toda recoberta a ouro, tendo ao centro no fecho, e ao alto numa cartela as armas de fé de Dom Rodrigo. De bom trabalho também são também os dois altares que entroncam no arco cruzeiro.
Mas a peça mais rica de todo este conjunto do interior da Capela da Penha é o púlpito, traça atribuída ao entalhador bracarense Marceliano de Araújo, e que possui elementos muito usados por este artista – anjos suportam o peso do púlpito – praticada noutros trabalhos.
Destacam-se ainda no interior, os azulejos do século XVIII, azuis e brancos, assinados por Policarpo de Oliveira Fernandes, representando cenas hagiográficas, sendo que a cena assinada pelo autor se encontra na capela mor ao lado esquerdo representando a Virgem com o Deus Menino ao colo.

A herança de Tony Blair

A expressividade de Bill Clinton e a firmeza de Margaret Thatcher fizeram do líder dos trabalhistas ingleses a figura política mais notável do Reino Unido.
Quanto mais não fosse pela conquista da paz na Irlanda do Norte, em Maio passado, um sonho britânico adiado há várias décadas que esconde algumas sombras de dez anos de poder.

Filho de um professor conservador de Edimburgo, Blair fez-se um advogado sindical, profissão que lhe dá a oportunidade para conhecer a católica Cherie Booth que o anima a lançar-se na política, em 1983.

Estamos no apogeu de Margaret Thatcher quando Blair aparece com idéias renovadoras dentro dos trabalhistas que tem oportunidade de colocar em acção quando morre John Smith e ganha as eleições por maioria absoluta em 1987.

Rompiam-se 18 anos de governos conservadores e iniciavam-se os novos anos da “democracia social moderna” — a terceira via — que puxavam ao centro a posições da esquerda inglesa.

No dialogo externo aproximava-se da União Européia e dos EUA e no dialogo interno descentralizava e modernizava a educação, a saúde e a segurança.

O apoio incondicional a Bush na questão iraquiana há-de trazer-lhe os momentos mais difíceis mas volta a ganhar as eleições em 2005.

Retira-se consolado de ter contribuído para a paz na Irlanda do Norte, com o desemprego quase nulo, com instauração do salário mínimo e uma máquina do Estado modernizada.

Para a despedida ser perfeita, apenas lhe faltou pedir perdão aos súbditos de sua majestade por ter levado a poderosa Inglaterra para uma guerra iraquiana onde uma centena de soldados perdeu a vida.

A Europa espera ansiosamente que Blair seja tão bem sucedido como emissário do quarteto da ONU para o Médio Oriente, como foi no número dez de Downing Street

Galiza: a culpa é do vento?

A rede ferroviária de alta velocidade é um compromisso de Portugal para com Espanha, porque acordámos, na Cimeira da Figueira da Foz, em 2003, a concretização da ligação transfronteiriça Porto-Vigo, entre outras.

É um compromisso de Portugal para com a União Europeia, porque, em 2004, Portugal conseguiu ver reconhecida a integração do eixo Porto-Vigo, entre outros na lista, dos 30 projectos prioritários da Rede europeia de Transportes; e
Trata-se de compromissos expressamente reafirmados pelo Conselho de Ministros em Junho de 2004, com o voto de Luís Marques Mendes.

Agora, o líder do maior partido da Oposição surpreendeu o país com a criação de uma comissão para estudar eventuais alterações ao traçado do comboio de alta velocidade, conhecido pela sigla TGV.

Este impulso de discussão de tudo o que já foi discutido e por eles decidido quando estavam no Governo descredibiliza os dirigentes sociais democratas uma vez que não ostenta postura de Estado para serem alternativa válida. Como se pode vir agora colocar em causa o que foi discutido, aprovado e contratualizado com Espanha e a União Europeia?

Que novo argumento existe agora para colocar tudo em causa, quando na Galiza as obras do TGV avançam a alta velocidade entre as cidades de Vigo e a Corunha?

De acordo com o jornal Faro de Vigo, dos 166 quilómetros de linha entre Vigo e A Corunha, 40 km já estão em serviço, mais de 86 em obras e apenas restam estudos para 41 km, principalmente nos troços que mexem com a estrutura rodoviária das grandes cidades galegas.

Do lado português, no troço Porrto-Braga-Vigo, apenas temos gasto milhões e milhões de euros em estudos feitos nos gabinetes. Quanto a obras no terreno, os portugueses nada vêem.

Na Galiza, o prazo de conclusão desta ligação ferroviária de alta velocidade entre Tuy e Ferrol deve estar concluída em 2010, num investimento superior a mil milhões de euros.

Mais uma vez, os nossos vizinhos tomaram a dianteira, deixaram-se de gabinetes e vão à frente. Nós continuamos a fazer estudos que depois vão ser alterados parra adequar, literalmente, a nossa bitola à medida espanhola.

Se TGV criar 36 mil postos de trabalho, gerando um aumento do investimento privado superior a setenta mil milhões de euros, um crescimento do Produto Interno Bruto de cem mil milhões de euros e uma receita fiscal de vinte mil milhões de euros, percebe-se por que há interesse em adiar este projecto por parte de quem não o conseguiu fazer.

É este o ritmo de desenvolvimento que o maior partido da Oposição quer para o país e especialmente para o Minho onde nasceu o seu líder?

Se agora queremos alterar tudo — ou pelo menos questionar tudo — que boa fé tinha o Estado português quando assinou os acordos com Espanha nesta matéria?

Alem de estarmos a travar a velocidade do progresso, estamos a dar provas de falta de palavra de honra com Espanha e a adiar as legítimas expectativas dos portugueses e dos minhotos.

Agora, venham-nos dizer que... de Espanha, nem bom vento...

Presente envenenado para Sócrates

Apesar dos discursos triunfais de Ângela Merkel, Nicolas Sarkozy, Tony Balir e José Sócrates, o que sobra da última cimeira dos 27 países que constituem a União Européia não se pode definir como uma grande vitória nem o sair do beco em que a Europa que escondeu.

Todos reivindicam pequeninas vitórias: quando é assim não se pode falar de um triunfo da Europa.
Sobra antes uma enorme responsabilidade para o Governo português se quer ficar na história da construção da Europa, redigindo a versão final do Tratado Constitucional simplificado.

A Europa fica melhor que Nice mas recua em relação ao Tratado chumbado no referendo.
Portugal não tem um mandato claro e preciso para continuar o trabalho e conseguir um Tratado em Outubro. José Sócrates recebeu um presente envenado.

A tarefa é complicada porque tem de salvaguardar a dupla maioria alemã que a Polônia só aceita a partir de 2014 e permitir que os ingleses continuem de fora da Carta dos Direitos fundamentais e os franceses mantenham a sua concorrência livre.

A imensa maioria dos paises europeus fica a perder com estas condições draconianas dos grandes porque a União perde os seus símbolos — hino e bandeira — e apenas se salva um reforço dos poderes dos parlamentos nacionais e do Europeu.
Como se está a ver, este tratado que Lisboa tem de redigir complica ainda mais e torna-se menos compreensível para os cidadãos que a actual Constituição de Nice.

Se é assim mais complicado, por que é que os grandes lideres europeus falam de vitória? Porque esperam evitar a ratificação deste tratado por referendos nacionais, enquanto as grandes potencias mantém as suas reivindicações.

Ora, as pequenas vitórias dos lideres de algumas nações apenas satisfazem ambições nacionais mas hipotecam o grande projecto europeu sonhado por Jean Monet há 50 anos.

Por isso, era bom que a presidência portuguesa não ficasse associada a este tratado que pouco mais é que uma revisão de Nice a vinte e sete vozes.
A cedência à Polónia para salvar a face de Angela Merkel significa que o bloqueio europeu continua e José Sócrates muito dificilmente o desfará.

Como o lixo: à nossa porta? Não.

Depois de um grande dia de folia, quase não apetece falar de coisas sérias, mas não somos nós que fazemos o calendário.

Hoje, é o dia de S. João Baptista, um santo venerado pelos cristãos, pelos judeus e pelos muçulmanos, assumindo-se como uma ponte entre civilizações que se têm degladiado ao longo dos últimos vinte séculos.

Hoje não celebramos apenas o S. João. A Igreja católica portuguesa celebra também o Dia macional do Cigano.

São portugueses, mas a nacionalidade não os livra de serem o principal alvo de racismo e xenofobia no país. Os cerca de 50 mil romanis lusos celebram hoje o Dia Nacional do Cigano.

Um povo que celebra o S. João de forma tão exuberante como nós o fazemos não podem permitir que os ciganos portugueses vivam a mais grave e escandalosa de todas as situações de racismo e xenofobia registadas em Portugal.

Um inquérito nacional realizado recentemente que perguntava a estudantes "quem expulsariam de Portugal". Trinta e quatro por cento dos jovens escolheram aquela minoria como a menos desejada.

 Os portugueses que festejam o S. João, profeta das três maiores religiões monoteístas não podem ter a consciência tranquila enquanto os portugueses ciganos ssão condenados ao ostracismo social.

A união familiar e a solidariedade do clã, visível quando um familiar é hospitalizado, ou alguém é preso, o carinho pelas crianças e pelos idosos é são características ciganas que contrastam com uma sociedade – dita normal – onde crescem os maus tratos a crianças e os idosos são abandonados à sua sorte ou armazenados em lares.

Talvez porque tenhamos muito a aprender com os ciganos é que temos receio de ficar mal ao comparar os nossos comportamentos com os deles.

Para que nãos nos incomodem a nossa consciência, desejamos que eles sejam como o lixo: à nossa porta, não.

Braga: boas praticas de cidadania

Os bons exemplos devem ser imitados e a Câmara Municipal de Braga bem podia copiar campanha de apelo ao civismo dos cidadãos que está em curso em Leiria.

Aquele município responde assim às ondas de vandaliismo que, de vez em quando, varrem as ruas da cidade.

Conservar e proteger os equipamentos públicos municipais, nomeadamente alguns construídos no âmbito do Programa de modernização do comérico pode ser um objectivo a atingir.

Face à situação a que chegamos, de total desrespeito por aquilo que foi construído e é de todos, o primeiro caminho passa por promover uma cultura cívica mais apurada, desafiando os cidadãos a adoptar comportamentos mais correctos.

Tal como outras cidades, também Braga possui uma parte substancial que foi requalificada, permitindo "novos espaços de fruição" que agora devem ser preservados e mantidos pelos bracarenses.

Além de painéis alusivos ao tema "Leiria é a minha casa" em toda a cidade, cerca de 80 associações e instituições do concelho foram convidadas a subscrever um pacto cívico.

Também em Braga se devia desenvolver uma campanha semelhante.
Pedir aos munícipes para não sujarem as ruas e as paredes, estacionarem correctamente aos automóveis, respeitarem o mobiliário urbano, o descanso nocturno e protegerem os espaços verdes, é pedir-lhes algo de extraordinário?

Não é, mas parece, se olharmos para o que acontece nas nossas ruas com papeleiras e ecopontos danificados.

Não é, mas parece, se olharmos para o roubo e derrube de placas de informação, sinais de trânsito e furto de reflectores na ciclovia do vale de Lamaçães, Braga bem necessita de uma campanha de boa educação.

Infelizmente, há muitos cidadãos que não sabem ocupar o seu lugar e não respeitam nada nem ninguém. Como não lhes ensinaram estas coisas em pequeninos, têm de aprender agora.

Vergilio Rodrigues edita "Estrada de macadame"



O professor Vergílio Rodrigues acaba de publicar o seu primeiro livro de ficção — “Estrada de Macadame” — embora “certos factos que estão por trás das histórias tenham acontecido”. É o caso do texto que encerra este livro, publicado no Correio do Minho, quando foi erigida uma estátua a Santos da Cunha e o autor era membro da Assembleia Municipal de Braga.

Com a chancela da jovem editora Atelier@doimpensavel.pt, depois de ter publicado diversos livros didácticos, sobretudo da língua e cultura inglesas, o actual Director do Instituto Britânico de Braga mostra o resultado do seu trabalho de escrita “ao longo de três anos” porque lhe roubaram o computador onde já tinha alguns capítulos e “tive de o reescrever”.

Foi “uma ideia que sempre me ocupou o espírito” — diz-nos Vergílio Rodrigues, quando justifica esta incursão pela ficção por parte de um homem que — além de ter sido eleito deputado à Assembleia da República por Braga— se tem dedicado ao ensino.

Depois de ter publicado “My first book of english” e “My second book of english”, Vergílio Rodrigues fa-znos recuar a “um tempo em que o país viveu encoberto por um manto de obscuridade, que não parecia ser possível dissipar”: era o “tempo da angústia e do medo”. Mas “Estrada de Macadame” leva-nos a outro tempo “de guerra de mortes e de feridas incuráveis, como, afinal, em todas as guerras” e este é o”tempo do desespero e do luto”.

No entanto, o autor de “Estrada de Macadame” viu e viveu a “esperança de uma nova vida” no “tempo da Liberdade, uma palavra nova e sem idade, tantas vezes sonhada, tantas vezes perdida”.

Na “Estrada de Macadame” o personagem não é o famoso engenheiro escocês MacAdam, “não precisa de nome. Basta-lhe que tenha sido um bom caminhante” que se chama Vergílio Rodrigues.

A receptividade ao livro — que ainda não teve uma aprensentação oficial e púnlica — tem sido boa. “Já me disseram para escrever mais — revela Vergílio Rodrigues. Podia ter incluído outros textos dispersos como as intervenções na Assembleia da República sobre Educação, artigos publicados no semanário “O Jornal” e outras coisas minhas…”

Explicando a escolha do título do livro, Vergílio Rodrigues aponta para a “vida como uma estrada que se percorre em que se vai deparando com várias situações” ,numa alusão a Pícaro, em que as “personagens caminham pela estrada e vão amadurecendo”.

Nesse sentido, Vergílio Rodrigues partilha com os seus leitores, ao longo de cento e poucas páginas de um livro com uma belíssima capa de Ângela Andrade com pintura de Aline Delgado, os primeiros anos da sua infância em tadim e no colégio interno em Guimarães.

Os anos da Universidade de Lisboa — depois de concluir os estudos em Braga, no Colégio D. Diogo de Sousa — são igualmente evocados na “Estrada de Macadame”, sem esquecer a vida militar e o regresso a Braga, onde é director do Instituto Britânico desde 1983. A nós não nos basta que Vergílio Rodrigues “tenha sido”, porque acreditamos que ele “é e será” um bom caminhante de outras estradas (livros) que aguardamos, se não lhe roubarem, outra vez, o computador com as suas notas valiosas.

Aguardamos mais jogos do botão numa escola sem medo, sem fome, mas catitinha, que forma homens para uma sociedade sem morte de furriel mas com testemunhos de homens cansados da guerra que nos avivem as saudades da revolução.

Um cidadão
do mundo


“Sempre gostei muito de ler e escrever” — assegura o autor, nascido em Arcos de Valdevez, em 1940, que passou os primeiros anos da infância em Guimarães.

Quando vivia em Guimarães, com os seus irmãos, “eu vinha a Braga só para ler livros na Biblioteca Pública. Às vezes vinha à boleia. Foi nesta biblioteca que tomei contacto com os grandes esceritores portugueses”.

Nessa altura da adolescência, recorda o nosso interlocutor, “li muito. Escrevia razoavelmente e daí a vontade de fazer um livro, porque a minha vida tem alguns motivos curiosos que mereciam ser partilhados, com uma roupagem ficcionada”.

Vergílio Rodrigues recorda os anos em que foi prefeito no Colégio Moderno, enquanto estudava na Faculdade de Letras Filologia Germânica, onde “conheci muito de perto Mário Soares e toda a família”, sem esquecer o serviço militar prestado no enclave angolano de Cabinda.

“Não era um operacional, o que me dava a possibilidade de olhar melhor a guerra no trabalho de reabastecimento da nossa unidade” — explica o autor de “Estrada de Macadame” que viu mortos, prisioneiros e pormenores da guerra que “me impressionaram muito. Tomei umas notas mas a sua publicação foi sendo adiada”.

Após o regresso de Angola, Vergílio Rodrigues fixou-se em Lisboa, onde nasceram os três filhos e “tive que trabalhar muito em diversos sítios. Nunca tive muito tempo para escrever”.

Depois dos filhos crescerem, dá-se o regresso a Braga, no início da década de oitenta. “Comecei a ordenar as notas, pedindo opinião aos amigos e recebi incentivos de alguns, como o José Manuel Mendes, para escrever Estrada de macadame”.

Braga: Instituto Britanico celebra 50 anos




“It is then time to go on, to improve, to say “here we are”, em Braga, há cinquenta anos – escreve o director do Instituto Britânico de Braga, no jornal “The Brit”, saudando os milhares de rapazes e raparigas, homens e mulheres que ali aprenderam a escrever e a falar inglês. “The Brit” é um jornal em formato A4, com 40 páginas, totalmente feito pelos alunos.

Vergílio Rodrigues está a escrever a história desta escola da Associação Luso-Britânica do Minho que ministra também um curso de alemão e terá nascido na Rua dos Capelistas em 1957.

Director desde 1983, depois de ter sido professor na Escola D. Maria II e deputado à Assembleia da República, Vergílio Rodrigues está a preparar um programa comemorativo deste meio século de vida, num momento em que a expansão do ensino do inglês no primeiro ciclo do ensino básico constitui uma forte “concorrência” que não o atemoriza.

As comemorações de meio século de via ao serviço da Língua e cultura inglesas têm o momento alto na abertura solene das aulas, em Setembro, para além de uma exposição sobre o antes e depois, contando a origem e os momentos mais importantes da vida do instituto Britânico.

Em data a anunciar será realizada a chamada “hora inglesa” com as coisas típicas, entre elas, o chá, e durante o ano lectivo que vêm vão efectuar-se diversos colóquios e iniciativas alusivas à data.

Com cerca de mil alunos, o Instituto Britânico de Braga já chegou a ter uma média de 1.400 alunos por ano, uma vez que sempre se assumiu como uma “escola acessível a todas as classes sociais, porque para nós a educação não é um negócio. Por ser um negócio para alguns é que as Universidades privadas deram no que estão a dar em alguns casos”.

“As nossas propinas continuam a ser suaves, 50 euros por mês” – sublinha o Director da escola instalado no edifício que já acolheu o Colégio D. Diogo de Sousa, onde ele fez o sétimo ano (antigo).

O edifício do Instituto Britânico de Braga sempre esteve associado ao ensino, porque ali estiveram instalados os colégios de S. Tomás de Aquino, Bartolomeu dos Mártires e mais tarde o D. Diogo de Sousa, antes de construir as novas instalações.

O edifício pertencia à família Carrilho que o vendeu depois à Fundação Calouste Gulbenkian. Ali estiveram instalados até há pouco tempo o Convívio Sá de Miranda com o seu orfeão), a Associação Jurídica de Braga, o Instituto Alemão (de que resta apenas um curso sob a alçada da Instituto Britânico e o voluntariado de alguns professores), a Juventude Musical e outras organizações que, entretanto, desapareceram.

Estas organizações deixaram degradar os espaços que ocuparam e “quando cá cheguei em 1983, o edifício estava uma vergonha, pois chovia por todo o lado”.

“Conseguimos que a Fundação Calouste Gulbenkian cedesse o imóvel ao instituto Britânico o que nos possibilitou recorrer ao crédito e reconstruir o imóvel que agora está todo remodelado”.

Os alunos do Instituto Britânico, além de estarem agrupados em turmas pequenas que permitem um melhor acompanhamento pelos professores, têm acesso multimédia a biblioteca de língua inglesa, cursos de Verão com escola inglesa (Cambridge) e usufruem da tecnologia multimédia nas aulas.

Visitas de estudo a Londres com preços acessíveis, salas de jogos e ocupação de tempos livres, etc., constituem outras ofertas que o Instituto Britânico proporciona aos seus mil e cem alunos actuais.

Quanto a novos investimentos, Vergílio Rodrigues refere que se “vai lavar a cara à casa toda, para receber condignamente os nossos convidados” que podem apreciar também a biblioteca do Instituto, com cinco mil volumes!

Com quinze professores e mais nove funcionários administrativos, contínuos, bibliotecária e auxiliares gerais, o prof. Vergílio Rodrigues só depara com uma dificuldade: “o departamento de alemão é difícil de manter porque não tem muita procura. Tem tido um subsídio do consulado alemão mas agora foi cortado. Vamos aguentando e está a ser suportado pelas propinas dos alunos de inglês.

Recorde-se que o Instituto Britânico de Braga – intimamente ligado ao British Council - possui extensões em Vila Verde e em Tadim, depois de se ter extinguido o protocolo que havia com uma secção que vigorou durante quatro anos em terras de Bouro.

Vila Verde: ‘Equestre Lusitana’ exibe Carrossel Feminino único



É pioneiro e o único em Portugal. A Academia Equestre Arte Lusitana exibiu há alguns dias um Carrossel Feminino, na freguesia da Laje, Vila Verde.

A Academia Equestre Arte Lusitana proporcionou aos rotários de Vila Verde a primeira exibição de um Carrossel Feminino, durante o fecho de mais uma edição da Prova de Vinhos Verdes.




As protagonistas desta estreia daquela Academia sedeada na freguesia da Laje, com mais de uma centena de alunos de equitação, foram Susana Alves, Ana Margarida Gonçalves, Maria José Silva, Cláudia Anes, Andreia Cruz e Conceição Costa.
O espectáculo equestre começou com um “pas-de-deux” protagonizado por Ana Margarida e Susana Alves, seguindo-se um solo pelo mestre da escola, Rui Vaz, sempre acompanhados de música a condizer.



A Academia Equestre Arte Lusitana — que disponibiliza 25 cavalos para o ensino — proporcionava assim uma amostra do trabalho e evolução dos alunos ao longo de menos de um ano.

Com este espectáculo, Rui Vaz concretizava um dos seus primeiros grandes objectivos com “esta estreia absoluta” que deixa antever uma bela Gala de Final de Ano, lá para finais de Julho.


Para a Gala de Fim de Ano, a 21 de Julho, Rui Vaz prevê apresentar “números com coreografias e sincronizações originais que considero determinantes para um bom espectáculo”.

Rui Vaz está convicto que 150 é o número ideal de alunos para manter e consolidar a qualidade do ensino. Este é o objectivo programado para o próximo ano equestre que começa em Setembro. Os interessados podem inscrever-se através do telem 936 100 581. A propina mensal é de 35 euros, “o mesmo preço de um ginásio médio que possibilita a prática de um bom desporto”.

SÓLIDO CRESCIMENTO

“Queremos crescer devagarinho como convém a um sólido crescimento” — assegura Rui Vaz, antigo oficial de Cavalaria que aqui partilha todo o seu saber de experiência feito em prol da arte equestre lusitana.
As cavaleiras que participaram neste “Carrossel” demonstraram uma evolução notável, uma vez que algumas delas começaram apenas em Dezembro e outras já este ano.

Outro dos objectivos de Rui Vaz consiste em sensibilizar os rapazes para a prática da equitação, uma vez que “95 por cento dos alunos são raparigas, talvez porque os homens tenham vergonha de ficar mal. No início da aprendizagem os rapazes inibem-se um pouco”.



Uma das alunas, a Susana Alves, vem de Valença para Vila Verde aprender: “começei a aprender aqui, embora já tivesse um cavalo”.

BOA TERAPIA
NUMA ESCOLA A SÉRIO

Desde Setembro, recorda Susana Alves, “ocupo os meus tempos livres e venho duas vezes por semana, pelo menos, de Valença. Faz-me bem e é uma boa terapia”.

A bracarense Ana Margarida Gonçalves participou com Susana Alves no “pas-de-deux” e a sua aprendizagem na Academia Equestre Arte Lusitana ficou a dever-se “à morte do meu cavalo num outro Centro Hípico e decidi mudar de poiso”. Com a evolução que as aulas de Rui Vaz lhe proporcionaram, esta jovem diz-nos: “já comprei outro cavalo — o “Sobreiro” — que está aqui, onde venho quase todos os dias”.

A paixão devotada à equitação por estas duas jovens foi ao ponto de terem sido elas a preparar, escolher os tecidos e confeccionar os trajes com que se exibiram neste espectáculo.




A Cláudia Anes tomou conhecimento da existência desta Academia Equestre pelo jornal Correio do Minho. A equitação é “uma paixão desde pequenina e já tinha andado numa outra escola mas nesta tudo é levado mais a sério”.

A qualidade do ensino ministrado na Academia Equestre Arte Lusitana já ultrapassou as fronteiras do Minho e chegaram já algumas “solicitações para espectáculos na Galiza”.

Para já, os espectáculos realizam-se dentro das instalações da Academia, promovendo recepção de grupos, através de protocolos com unidades hoteleiras, transformando-se num sítio de paragem para um jantar diferente, com espectáculo e exibição da arte de montar a cavalo.