Wednesday, March 19, 2008

Ricardo Campos: pintor de Monção mostra-se em Braga




“Como a arte não é essencial para a nossa vida, acho que é isso que dá alguma importância à arte é ela não ser essencial” – disse o pintor monçanense Ricardo Campos. Este trabalhador da hotelaria que já expôs em Roma enriquece a Semana Santa de Braga com um exposição de Cristos no Museu Pio XII que ali está patente até ao dia de Pentecostes.

Ricardo Campos explica que “esta exposição já estava prevista para ser feita na Páscoa do ano passado mas surgiu esta oportunidade de fazer esta mostra em Roma e eu pedi ao dr. José Paulo Abreu para ver se atrasávamos um ano a exposição em Braga para eu poder mostrá-la em Roma, na Igreja de S. António dos Portugueses”.

Em relação a essa exposição na Igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma, a que está agora patente no Museu Pio XII até ao Pentecostes “tem algumas alterações: metade da exposição esteve em Roma e outra metade foi feita para esta exposição”.

Quando lhe perguntamos que podem apreciar os bracarenses e forasteiros qre se dirigem ao Museu Pio XII, no Largo de Santiago, Ricardo Campos explica que “podem ver Cristos que são homens, que se podem identificar com qualquer um de nós, porque me centro especificamente no momento “Meu Deus, meu Deus porque me abandonaste”.

São momentos de grande solidão, de grande sofrimento e é isso que eu tento mostrar nestes trabalhos que estão aqui expostos”.

Sobre as origens estes gosto ou paixão pelas artes, Ricardo Campos, encostado a uma pequena escultura com um Cristo pregado na Cruz responde: “é o meu vício, se calhar, e não sei como é que nasceu”.
No entanto, todas as paixões e artes têm um começo: “foi surgindo aos vinte anos e faz este ano dez anos que fiz a minha exposição primeira e tentei melhorar a minha arte e a partir daí quis tentar ser melhor e porque não chegar a este ou àquele espaço.

Eu comecei a pintar como autodidacta, depois com alguns artistas, depois comecei a estudar na Cooperativa Arvora, depois em Guimarães, na Escola Superior Galaecia, em Cerveira, e fiz agora um ano na Faculdade de Belas Artes no Porto.
“Tenho a preocupação de me cultivar e vindo a aperfeiçoar as minhas técnicas.



Esta exposição e temática religiosa mas tenho participado noutras exposições, concursos, prémios e bienais, com quadros sobre a religião e a vida rural”.

Explicando a temática dominante, o jovem pintor de 31 anos não duvida: “é uma arte que tem a ver com a minha infância vivida com as minhas avós, na freguesia de Valadares e isso deixa-nos algumas marcas e tento transmitir essas marcas das tradições rurais, rituais, mitos, etc”.

Ricardo Campos, após quase uma centena e exposições colectivas e individuais, ainda se recorda da primeira mostra: “foi uma exposição colectiva na escola primária de Valadares, uma freguesia de Monção. Em1998. Foi interessante porque, na altura, cheguei a casa muito contente porque esteve lá o presidente da Câmara. Eu vinha eufórico coma sua presença. Já lá vão mais de cem exposições.

Quando a prémios, Ricardo Campos lembra que, no ano passado, tive um segundo prémio em Penedono, e um primeiro prémio em Viana o Castelo, no concurso “Descobrir Viana”, e depois fui tendo algumas menções honrosas aqui e acolá.

Em Santo António dos Portugueses, recorda-nos, “não me dei conta do sucesso nem da euforia que se deu em vota da exposição. Depois daquele sucesso disse para mim mesmo que não queria ficar como o artista que foi a Roma, acabou aí a carreira e não se preocupou com mais nada”.

Por isso, assegura, “comecei a querer ir mais longe e a programar esta exposição. Tentei, a partir de Roma, fazer novas coisas e fiz uma exposição em Fátima no ano passado na nova Basílica. Roma é ponto de partida e não um ponto de chegada”.
Quanto ao futuro, Ricardo Campos espera continuar a “equilibrar os espaços entre o trabalho na hotelaria e a pintura” mas promete que, a partir de 24 de Março vai estar presente com uma exposição numa galeria em Lisboa.

Os quadros patentes no Museu Pio XII têm preços que oscilam entre os 300 e os 750 euros, embora metade dos 33 quadros já tenham sido assegurados para o espólio do Museu Pio XII.

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