Thursday, November 13, 2008

Um deserto à beira mar plantado



O primeiro-ministro, José Sócrates, vangloriou-se ontem do encerramento, nos últimos três anos, de mais de 3.000 escolas primárias com menos de 10 alunos definindo este fecho como uma das bandeiras da aposta do actual Governo na Educação.
O primeiro-ministro falava em Ponte de Lima, no decorrer da inauguração de duas escolas que permitiram o encerramento de 16 naquele concelho do Alto Minho.

O primeiro ministro contrapôs a universalização do Inglês a todos os alunos do primeiro ciclo e a aposta nas novas tecnologias, esta traduzida nos computadores "Magalhães".

Com a distribuição de mais 4.000 'Magalhães' em algumas escolas do País", José Sócrates aponta o computador como um "instrumento vital" para a aprendizagem.

Está por contabilizar os efeitos de desertificação que este fecho de escolas pode provocar quando sabemos que os pais procuram deslocar-se para perto dos locais ou freguesias que possuem escola, de modo a evitar maiores despesas, viagens longas e sacrifícios para os seus filhos.

De entro de alguns anos vamos saber, mas o que já sabemos é dos efeitos da desertificação das nossas aldeias por falta de emprego.

Para isso este Governo não tem medidas tão eficazes como a generalização do inglês e dos computadores porque cresce o número dos minhotos que segue as pisadas de Fernão de Magalhães: sai do país em procura de mundos melhores.
Há dias era notícia que a falta de emprego em Guimarães leva os filhos da terra a abandonarem o país em busca de melhores condições de vida.

Mais de metade da população de Santa Cristina de Longos, a quarta maior freguesia do concelho vimaranense, emigrou para França, Mónaco, Guiné e Angola.

Santa Cristina de Longos registou, no último censo, dois mil habitantes, sendo 1.400 eleitores. Actualmente, na freguesia não vivem mais que oitocentas pessoas.

É preciso dar mais exemplos para que quem manda neste país faça alguma coisa por aqueles que não sabem nem estão em idade de aprender a falar ingles nem mexer num computador?

A continuarmos assim, o nosso interior está condenado a ser uma reserva natural para inglês ver, sem alma, sem vida, sem tradições, sem identidade porque para quem lá vive a pátria é madrasta.

1 comment:

Anonymous said...

É triste o que está a acontecer.
Infelizmente não há que "deite uma mão" a esta situação.
A continuar assim, não sei onde isto, onde nós, vamos parar.
Abraço.Pedro