Tuesday, November 4, 2008

Grão de areia na praia da indiferença



No dia em que foi inaugurado um serviço de apoio aos surdos para facilitar tarefas simples e importantes do dia-a-dia, outra linda notícia nos chega de Fafe.

É um grão de areia na gigantesca praia da indiferença desta sociedade onde contam apenas os cifrões, mas o mundo está melhor para centenas de deficientes e suas famílias.

Trinta anos após a sua fundação, a Cooperativa de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas de Fafe (Cercifaf), assume-se como um farol da integração na sociedade de jovens com deficiência em Portugal.

Nos últimos 20 anos, a valência de formação e emprego da Cercifaf já integrou no mercado de trabalho 201 jovens que hoje pertencem à faixa da população activa do país.

Este número é significativo já que representa 77% do total de pessoas que passaram por este centro de formação, muito acima da média nacional de 21%.

Todo este trabalho é impossível se não contar com a colaboração das empresas e essa é a outra boa notícia. Em Fafe, mais 18 empresários foram galardoados pela Cercifaf por colaborarem na integração de jovens deficientes.
Esta dúzia e meia de empresas junta-se aos mais de 80 que aproveitaram o esforço da Cercifaf e têm acolhido jovens deficientes nas suas fábricas.

Quanto aos outros empresários que podem e duvidam da mais valia, fica o testemunho de uma das empresárias de Fafe. Fernanda Fidalgo, destacou "o bom desempenho profissional, excelente pontualidade e assiduidade" e "interesse em contribuir com ideias para o melhor funcionamento da empresa".

Por isso, aqueles que ainda não acreditam nas faculdades destes seres humanos especiais, não sabem o que estão a perder, quanto mais não seja, cumprirem a dimensão social, para além de se apresentarem à comunidade com uma imagem de carinho, compreensão, tolerância e solidariedade.

Aqueles empresários que ainda não acreditam na mais valia destes seres humanos especiais continuam a perder uma excelente oportunidade dar um pequeno contributo às instituições cujos dirigentes tudo dão de si para que as crianças e jovens com deficiência possam encontrar as melhores condições para viverem a esperança de um projecto de vida a que têm direito.

Aqueles empresários que ainda não acreditam na riqueza destes seres humanos especiais estão a deitar pela janela fora a especial oportunidade do exercício da cidadania, do respeito pelos inalienáveis direitos à não discriminação, à igualdade de oportunidades no acesso à educação, à formação profissional, ao emprego, à habitação ao desporto e lazer.

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