Os radicais
empurravam Bernardino para a Presidência da república, dado o seu prestígio,
alcançado enquanto Ministro dos Negócios estrangeiros. Ele conseguiu apaziguar
as potências e obter o reconhecimento delas para o novo regime. As direitas
candidatavam Manuel de Arriaga que recebe 121 votos contra 86 para Bernardino,
em 1911.
Ganhara o romantismo,
a irresponsabilidade e a incompetência e, em menos de um ano, a República
começava a tramar a sua condenação. Bernardino Machado, desiludido, era
“despachado” para o Brasil de onde só regressa três anos depois.
Ainda a bordo do
navio que o trazia de regresso à Pátria, é surpreendido com a notícia da crise
ministerial, com Afonso Costa, desautorizado por Arriaga, a pedir a demissão. O
Partido Democrático detinha a maioria no Parlamento e Bernardino surgia como
uma das poucas opções viáveis.
Aceitou o cargo a 9
de Fevereiro de 1914, com três ministros democráticos e cinco independentes.
Foi um Governo que durou quase cinco meses, serenando as paixões políticas e um
caso menor leva à saída dos ministros democráticos e à demissão colectiva do
Governo.
Manuel de Arriaga
encarrega Bernardino de formar novo Governo com independentes. A nova lei eleitoral
acabou por derrubar o Governo quando eclodia a I Guerra Mundial, em Agosto.
Fiel à aliança com Inglaterra, que não pretendia o envolvimento directo de
Portugal, a declaração de Bernardino caiu mal e agravou-se como ataque da
Alemanha a Moçambique. Portugal vê-se obrigado a expedições militares para
defender as Colónias de África e adiam-se as eleições, sufocando uma intentona
monárquica em Outubro.
Em Dezembro, o Governo
pede a demissão porque a política conciliadora irritava muitos e Bernardino começava
a tornar-se incompatível com qualquer dos partidos, afunilando as suas
possibilidades de ser eleito Presidente da República, em 1915. Afonso Costa e
os democráticos não lhe perdoaram, mas a decisão de Arriaga que força à demissão
de um Governo com um mês une os sectores partidários desavindos em torno de
Bernardino Machado que se assume como anti-ditadura militar de Pimenta de
Castro.
Os democráticos
vencem as eleições de Junho de 1915, abrindo caminho à eleição de Bernardino
Machado Guimarães como Presidente da República, a 5 de Outubro desse ano,
empossando dois meses depois o novo governo liderado por Afonso Costa.
Inicia-se um período
duradouro de democracia – dois anos – enquanto a Guerra nos era declarada em 9
de Março de 1916, fomentando a união sagrada presidida por Bernardino Machado
cujo momento mais alto do seu mandato foi a viagem aos campos de batalha da
Flandres, sendo recebido pelos líderes dos grandes países.
É nesta altura que
surge o tumulto sidonista, contra a fome, contra a guerra, com ideais da
direita germanófila, despeitos e ódios.
Bernardino Machado
tenta atrasar o tumulto e aceita a demissão do governo de Norton de Matos, sem
ouvir Afonso Costa, numa atitude que suscitou severas críticas e abalou a
confiança entre os dois estadistas.
A 9 de Dezembro,
Bernardino Machado é preso e rejeitando as exigências de Sidónio Pais é
destituído pela Junta revolucionário e expulso de Portugal quatro dias depois.
Em Madrid passa o
triste Natal de 1917, seguindo quatro meses depois para Paris onde fixa
residência. A invasão alemã fá-lo deslocar-se para a Galiza até ao Armistício. Há-de regressar, em triunfo.
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