Wednesday, May 20, 2009

Guimarães: um(a) capital a aproveitar por Braga



A cidade de Guimarães deve aproveitar a designação como Capital Europeia da Cultura'2012 para se renovar, a nível industrial, urbano e social, através de um programa "muito ousado" que conta com o apoio da União Europeia e pode beneficiar os concelhos vizinhos. Quando se dissiparam as fronteiras europeias, queiram os homens que a consagração de Guimarães como capital europeia da cultura destrua barreiras parolas que ainda existem à volta dos seus limites.

Guimarães apresentou uma candidatura ousada na área da revitalização do património arqueológico industrial e na área da inovação e do conhecimento através de três eixos que se complementam: — social, urbano e económico — que permitem à Cidade Berço prosseguir o trabalho de recuperação e reabilitação urbana, no centro da cidade, levar as pessoas a "ocupar de novo" esse centro, e tornar a cidade base de uma indústria muito tocada pelas indústrias criativas.

Estamos a falar de uma cidade que tem já muito trabalho de recuperação e de reabilitação patrimonial, nomeadamente em todo o centro antigo, que é apresentado como modelo a seguir por outras cidades com história.

O "eixo social" da renovação de Guimarães traduz essa vontade de que as pessoas sejam de novo entrosadas com a cidade, venham de novo ocupar esse centro, numa perspectiva de futuro, de superação de crise, de capacidade de renovação dos tecidos urbanos e industriais, e das pessoas cada vez mais cosmopolita — como destacou ontem o ministro da Cultura.

Guimarães tem 110 milhões de euros, num esforço comum da autarquia e do Governo, com recurso a fundos comunitários para se alindar e preparar para receber muitos espectáculos culturais.

Ora é aqui que Guimarães não deve ficar sozinha, como expoente de um bairrismo bacoco e ultrapassado para uma cidade que se pretende moderna e aberta à inovação. Mas sozinha, Guimarães não o pode desmantelar esta rivalidade parola que é alimentada por idênticos comportamentos dos vizinhos.

Algumas autarquias já perceberam que só têm a ganhar com uma estreita cooperação com Guimarães, como é o caso da Póvoa de Lanhoso.

Aguarda-se que outras autarquias vizinhas de Guimarães tenham a grandeza de saber aproveitar as potencialidades que uma Capital Europeia da Cultura proporciona.

Braga, por exemplo, pode somar ao seu valor e à sua capacidade instalada, a mais valia da proximidade e beneficiar muito — enriquecendo os seus munícipes — com a escolha de Guimarães como Capital Europeia da Cultura, desde que os seus responsáveis não se perpetuem nessa contemplação inócua e vazia do seu umbigo carcomido de ciúme.

1 comment:

Anonymous said...

www.vimieiro2013blogspot.com

acusação grave