Saturday, May 12, 2007

Expliquem-nos como se fôssemos… maravilhosos





Tudo começou com uma lista de 793 monumentos nacionais, classificados como tal pelo IPPAR.

Depois foram convidados sete peritos, tendo em atenção o reconhecimento nacional pelo trabalho que efectuam nas suas áreas de trabalho e estudo académico para escolherem os 77 monumentos nomeados.

Depois, um Conselho de Notáveis, composto por representantes de vários quadrantes sociais: arquitectos, historiadores, políticos, actores, sociólogos, engenheiros, empresários, gestores, artistas, jornalistas, economistas, cientistas, escritores, arqueólogos, professores, psicólogos, entre outros, escolheram os 21 monumentos finalistas. 


Essa escolha foi feita de acordo com critérios estabelecidos pelo painel de peritos, instituições e organismos que tutelam o património.


Então, estes peritos escolheram os Castelos de Almourol, Guimarães, Marvão e Óbidos; os Convento de Cristo Tomar e Basílica de Mafra; Fortalezas de Sagres e de Monsaraz; Igrejas de São Francisco Porto e Torre dos Clérigos; Mosteiros da Batalha, Alcobaça e Jerónimos; Paço Ducal de Vila Viçosa; Universidade de Coimbra; Palácios de Mateus, Nacional da Pena e de Queluz; Ruínas de Conímbriga: Templo Romano de Évora e Torre de Belém.

Rezam os regulamentos que a avaliação dos monumentos foi feita sobre os seguintes critérios:
Arquitectónico;
Técnicas de construção/Engenharia;
Singularidade de materiais usados;
- Valor Cultural e Histórico;
Simbolismo; imagem de uma época ou estilo e
interesse Turístico.

Olhando para o Bom Jesus de Braga, este hino à arquitectura relligiosa e paisagística, à escultura em granito, às técnicas de construção, à engenharia do elevador a água único no mundo em funcionamento não tem qualquer valor histórico e cultural, nem simbolismo nem interesse turístico.

Expliquem-me – ou mostrem-nos — que outros critérios afastaram o Bom Jesus de Braga da lista dos 21.

Expliquem-me como se eu fosse muito burro — porque os leitores já perceberam porque são maravilhosos — como é que o Bom Jesus de Braga não entrou sequer na lista dos 77 elaborada a partir dos 723 monumentos indicados pelo IPPAR.

Se isto não incomoda os bracarenses — e parece que não —, então peço desculpa pelo precioso tempo que lhes roubei a falar da Sé de Braga, perdão, do Bom Jesus.

A Sé de Braga, comparada com meia dúzia de paredes que fazem um castelo, não é tema de discussão.

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