Saturday, May 12, 2007

EMEC: o braço cultural de Barcelos


No princípio era a Escola Profissional de Tecnologia e Gestão (ETG), criada em 1990. Daí derivou a Empresa Municipal de Educação e Cultura (EMEC) de Barcelos que constitui hoje a principal alavanca cultural e educativa do concelho, sob a presidência de Carlos Alberto Cardoso.

Os eventos culturais que marcam o calendário da “Princesa do Cávado” — como a Festa das Cruzes, a Feira do Livro, a Feira do artesanato e Gastronomia e passagem de ano — os equipamentos (Galeria de arte, pólos de leitura, Museu Etnográfico de Chavão, Centro de Artesanato) são promovidos e geridos pela EMEC, constituída em 1999.

Como estrutura base, a EMEC recebeu a Escola de Tecnologia e Gestão e esta é que dá sustentabilidade a tudo o resto, como é o caso dos recursos humanos recebidos da ETG, também criada pela Câmara Municipal de Barcelos, em Abade de Neiva.

Artesanato: FEIRA ÚNICA

A Feira do Artesanato “é única pelo espaço onde se realiza, com a parte gastronómica e vinho verde” e, segundo Carlos Alberto Cardoso é um certame “que pensa em primeiro lugar nos artesãos do concelho” procurando ser “um estímulo à produção”, com muitos artesão novos por causa da crise dos têxteis.

A feita tem trazido algumas novidades, ao nível do design, na perspectiva do artesão, mas tarda a certificação regional que “é fundamental. O processo está concluído e agora é uma questão de tomar partido disso”.

Outra das difilcudades traduz-se na fragilidade do associativismo: “é uma luta de muitos anos, porque partilhar com os outros ainda é muito complicado”, mas vão-se fazendo coisas interessantes como foi o caso do “desfile de moda, em 2006, em que os artesãos mostraram que uns e outros unidos (têxtil e artesanato) podem ter muita força”.

Por outro lado, na Feira de Barcelos, “os que vêm de fora querem mostrar o que valem”, além de ser uma oportunidade para partilhar a etnografia, novas ideias e novas peças, com uma mobilidade de públicos que não é prejudicada por outras feiras.

APOIO A SEIS MIL ALUNOS

A Componente educativa da EMEC traduz-se no apoio que é prestado a seis mil alunos do ensino básico em vertentes que vão desde o inglês, artes plásticas, expressão dramática e ciências eperimentais (ciência divertida).

A parte da educação física está confiada à empresa municipal de desporto, a que preside o vilaverdense Alberto Cerqueira.
Além disso, a EMEC presta apoio psico-pedagógico, disponibilizando um psicólogo para cada agrupamento, o que permite um acompnhamento das crianças na prevenção do abandono escolar e o combate ao insucesso escolar.

A taxa de abandono escolar no quinto e nono ano é das mais elevadas do país e constitui uma prioridade da EMEC. O problema “obriga-nos a procurar soluções mas o trabalho que estamos a fazer com estes 17 psicólogos só terá efeitos daqui a sete oou ooito anos.
“O futuro vai ser diferente mas temos de encontrar soluções” – adeverteCarlos Alberto Cardoso apontando a educação e formação de famílias e núcleos de apoio às crianças e adolescentes.

“Temos de procurar sooluções porque é assustador o número de crianças que abandonam a escola” — admite o presidente do Conselho de Administração da EMEC.

“O trabalho que fazemos só pode ser avaliado correctamente pelos pais” – prossegue o nosso interlocutor que dispõe de um orçamento de quatro milhões de euros para estas tarefas.

Festas das Cruzes reaviva
Tradições que se vão perdendo

A principal aposta das Festas das Cruzes deste ano consiste em “recuperar a tradição e buscar algo que já não se faz há alguns anos e agora decidimos apostar na reconstrução da batalha das flores”.

Trata-se de um desfile que inclui uma mostra da etnografia do concelho e a batalha das flores, em que as associações constroem carros alegóricos que mostram os cantares e as tradições.

O ritual de atirar pétalas às pessoas com danças e cantares é assim recuperado na edição deste ano das Festas das Cruzes. “A máquina não está totalmente montada mas temos já a adesão de onze associações culturais e recreativas e no próximo ano esperamos ter mais” – revela Carlos Alberto Cardoso.

Outra das novidades do programa consiste na criação do palco Cidade de Barcelos para três bandas originárias do cooncelho, a começar a sua carreira, para mostrarem o que fazem.

Por sua vez, o Instituto Politécnico do Cávado e Ave faz coincidir o desfile académico com o encontro de tunas o que permite mostrar a actividade do ensino superior e o “papel importante que o IPCA desenvolve com a partilha de toda a sua dinâmica académica”.

As festas não esquecem a parte etnográfica com grupos de folclore, gigantones, Zés P’reiras, catorze ranchos folclóricos envolvidos que “embelezam todo o centro histórico” com as suas danças, trajes e cantares.
Este ano, as comemorações do 25 de Abril são integradas também no programa ads festas que abriram há dias, com o início da actividade da feira popular, com a sua praça de alimentação e diversões, gerando uma animação que traz mais gente a Barcelos.

À medida que se aproxima o primeiro dia das festas vão chegando de todas as freguesias os arcos de romaria, uma tradição recuperada há alguuns anos e está a ter uma adesão crescente das freguesias, desde há quatro anos.
Este ano são 53 arcos que são apreciados pelo júri, cabendo ao mais bonito um prémio de 2500 euros. Os arcos embelezam o centro de Barcelos e podem ser apreciados até ao fim do mês de Agosto.

O que está na origem de toda esta movimentação festiva é o Senhor da Crruz, a quem é dedicado o dia 2 de maio, com destaque para a exposição das Cruzes, uma das mais bonitas do país, “um acontecimento único no mundo.
É um impressuonante momento de sil|êncio e de reflexão” enriquecido com os tapetes de pétalas no acesso e interior da Capela, construídos por pessoas ligadas à irmandade.

O senhor José Gomes é a alma destes tapetes que todos os anos se constroem com toda a dedicação e carinho. Este ano, vão ser feitas réplicas dos tapetes desenhados em 1936, numa homenagem aos grandes desenhadores de tapetes de flores que foram José Brito (altar do Senhor da Cruz) e José Cardoso Silva (altar da Senhora das Angústias).

Festa das Cruzes sem fogo de artifício no rio é inimaginável. Este ano, essa atracção está entregue a uma empresa multi-premiada no estrangeiro. O fogo aquático nas margens do rrio é da responsabilidade dos ‘Macedos’, da Lixa, empresa consagrada no Canadá, Mónaco e República Checa, cm o espectáculo “Rock in fire”.

Os 225 anos da fundação da Banda de Oliveira constituem outro momento alto das festas deste ano, através de um encontro de bandas no dia 28 de Abril à tarde para mostrar o quanto são queridas do povo as filarmónicas.

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