Wednesday, July 4, 2007

Degelo da Gronelândia: efeitos devastadores


Há quinze dias verificámos que os mapas do mundo vão ter de ser redesenhados à medida que aquecimento do Planeta Terra vai aquecendo e o degelo desfaz o continente da Antárctida e a Gronelândia.
Mas debaixo deste Carvalho de Calvos, á espera do sol do Verão, começamos a desesperar. O Verão come-çou mas já não é o que era, quando a TV nos mostra inundações em Inglaterra e na Alema-nha, enquanto a Grécia e a Arménia estão assar com um calor nunca visto. E por falar de Inglaterra, situemo-nos em Londres, uma cida-de que é atravessada pelo rio Tamisa, sujeito às marés do Oceano Atlântico. Nas últimas décadas, os níveis das águas do mar come-çaram a causar mais estragos durante as tempestades, o que obrigou o Governo a construir umas barricadas que podem ser fechadas para prteger grande parte da cidade.
A partir de 1985, as barricadas começaram a fechar a uma média de seis vezes e agora já é necessário fazê-lo onze vezes por ano. É um número que nos alerta para o impacto do crescente aquecimento global através do mundo. O aumento do nível do mar pode vir a ser mais rápido e maior, dependendo do que acontecer na Grone-lândia e na Antárctida e das opções que estão nas mãos de quem gere as grandes potências.
Se observarmos as maiores áreas de gelo — Antárctida e Grone-lância — que estão em risco, ficamos muito mais inquietos.
A plataforma de gelo da Antárctida oriental é a maior massa de gelo da Terra. Pensava-se que estava a crescer mas, em 2000, descobriu-se que o volume de gelo desta plataforma está a diminuir e 85 — 85! — por cento dos glaciares que lá existem aceleram o seu a-vanço para o mar, ou seja, estão a derreter-se. Por outro lado, as temperaturas do ar —medidas acima da massa de gelo — aumentaram mais rapidamen- te que as temperaturas do ar em qualquer outra parte do mmundo. Esta descoberta foi uma triste surpresa sem que os cientistas tenham conseguido explicar este fenómeno.
Os mesmos cientistas afirmam que a pla-taforma oriental será mais estável que a pla-taforma ocidental da Antárctida, apoiada na terra, e, por isso, não se deslocou para o mar como acontece com o gelo flutuante. Se esta plataforma ocienttal se derretesse ou se a ilha escorregasse para o mar, isso fazia aumentar seis metros o nível dos mares em todo o mundo.
Esta plataforma ocidental regista altera-ções alarmante na parte inferior. Estamos a falar de uma plataforma gelada do tamanho da Gronelândia que também faria subir em seis metros o nível das águas do mar em todo o mundo, se se derreter ou se se desprender e deslizar para o mar cada vez mais quente.

Agora, centremos a nossa atenção nas alterações que se verificam na Gronelância: em 2005 foram avistadas enormes lagoas de água do degelo. Sempre existiram estas lagoas, mas agora são muitas mais e cobrem uma área mmuito maior do gelo.

Acresce que estas lagoas são se-melhantes às da plataforma Larsen — de que falávamos há 15 dias — antes do seu súbito e chocante desaparecimento.

Também a Gronelândia mostra a existência de profundos sulcos e túneis ou ‘moulins’ constituídos por água produzida pelo derretimento do gelo. Quando esta água che-ga ao fundo do gelo, lubrifica a superfície do leito da rocha e desestabiliza a massa de gelo, fazendo com que esta deslize para o oceano.

Dirão os entendidos que sempre houve de-gelo sazonal oou ‘moulins’ mas estas nada tinham a ver com o que está a acontecer hoje, porque o degelo se tem acelerado rapidamente.

Em 1992, o degelo verificava-se em pequenas franjas da Gronelândia, a sul. Dez anos mais tarde, o degelo já atingia franjas maiores e chegava ao Norte. Em 2005, me-ta-de da ilha da Gronelandia sofre efeitos do degelo.

Se a Gronelândia se derretesse ou se quebrasse ou ainda des-lizasse a suua massa de gelo para o mar Atlântico, os níveis do mar subiam em todo o mundo cerca de seis metros. Al Gore, no seu livro que temos vindo a resumir para os lei-tores, ao longo destas “carvalhadas”, escreve que a Florida ficava reduzida a metade do seu território.

Se as águas do mar subirem seis metros, façam um pequeno e-xercício para ver o que acontece entre a Póvoa de Varzim e Caminha e poderão avaliar as reais consequências do aquecimento global do Planeta terra.

Se acharem que isto não é preocupante, continuem a fazer como até agora.

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