Sunday, January 25, 2009

Um homem justo, bom e livre

Há portugueses que nunca podem ser esquecidos, como é o caso do antigo presidente da Assembleia da República, Fernando Amaral, quer pelos valores que nortearam a sua vida mas especialmente pelos serviços que ao longo da vida prestou ao país.

Por isso, hoje, foi sepultado um homem livre, justo e de bons costumes e o exemplo da vida e dedicação de Fernando Amaral não devem cair à terra sem germinar como modelo de acção política e cidadania.

Fernando Amaral subiu na corda escorregadia da vida: depois de ter sido professor, licenciou-se em direito e foi um Advogado que as gentes de Lamego e arredores bem conhecem, pela competência com que desempenhava a profissão.

Nascido a 13 de Janeiro de 1925, Fernando Monteiro do Amaral exerceu funções como deputado do PPD/PSD à Assembleia Constituinte e posteriormente à Assembleia da República em cinco Governos Constitucionais.

Durante o VII e VIII Governo Constitucional tutelou a pasta da Administração Interna e de ministro-adjunto do primeiro-ministro, respectivamente.

Entre 1988 e 1990 foi ainda deputado e vice-presidente da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa.

Fernando Amaral é um dos pais fundadores da democracia portuguesa, membro de um grupo de ilustres deputados que marcaram a Assembleia Constituinte, após o 25 de Abril, que se agigantaram por serem políticos de valores, dotados de grande verticalidade e de uma só palavra.

Após a sua morte, Fernando Amaral não perde nada do que foi em vida: uma das referências da democracia
porque dizia o que pensava e colocava em primeiro lugar o respeito da dignidade das pessoas e a consciência.

A sua hombridade e o apego à liberdade de espírito deram-lhe dissabores, mas o seu exemplo marcante fica a despertar-nos que a política era, antes de tudo, serviço público e apelo sério à responsabilidade e ao respeito mútuo.

Escrevia maravilhosamente e como político, pertence àquela minoria que proclama e pratica os valores da liberdade, da igualdade e da solidariedade e sempre com respeito pela dignidade do seu semelhante. A actual geração de políticos e cada um de nós tem muito a aprender com ele, em todos os quadrantes.

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