A expressividade de Bill Clinton e a firmeza de Margaret Thatcher fizeram do líder dos trabalhistas ingleses a figura política mais notável do Reino Unido.
Quanto mais não fosse pela conquista da paz na Irlanda do Norte, em Maio passado, um sonho britânico adiado há várias décadas que esconde algumas sombras de dez anos de poder.
Filho de um professor conservador de Edimburgo, Blair fez-se um advogado sindical, profissão que lhe dá a oportunidade para conhecer a católica Cherie Booth que o anima a lançar-se na política, em 1983.
Estamos no apogeu de Margaret Thatcher quando Blair aparece com idéias renovadoras dentro dos trabalhistas que tem oportunidade de colocar em acção quando morre John Smith e ganha as eleições por maioria absoluta em 1987.
Rompiam-se 18 anos de governos conservadores e iniciavam-se os novos anos da “democracia social moderna” — a terceira via — que puxavam ao centro a posições da esquerda inglesa.
No dialogo externo aproximava-se da União Européia e dos EUA e no dialogo interno descentralizava e modernizava a educação, a saúde e a segurança.
O apoio incondicional a Bush na questão iraquiana há-de trazer-lhe os momentos mais difíceis mas volta a ganhar as eleições em 2005.
Retira-se consolado de ter contribuído para a paz na Irlanda do Norte, com o desemprego quase nulo, com instauração do salário mínimo e uma máquina do Estado modernizada.
Para a despedida ser perfeita, apenas lhe faltou pedir perdão aos súbditos de sua majestade por ter levado a poderosa Inglaterra para uma guerra iraquiana onde uma centena de soldados perdeu a vida.
A Europa espera ansiosamente que Blair seja tão bem sucedido como emissário do quarteto da ONU para o Médio Oriente, como foi no número dez de Downing Street
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