Palavras sobre bracarenses que fazem, porque há gente fantástica, não há? Há, a começar por ti.
Saturday, October 11, 2008
S. Geraldo: a vergonha foi tanta...
Três palestras (sem desfazer dos oradores), um concurso para as escolas, concertos, e peças de teatro é pouca coisa para assinalar o IX centenário da morte de S. Geraldo, padroeiro de Braga.
Apesar de alertados há um ano, a Arquidiocese, a Câmara Municipal e Cabido da Sé, não deram resposta à altura das suas capacidades e ao nível das suas responsabilidades.
O programa é simplório e tão pobre que envergonha os seus promotores. É verdade, estão todos corados e para não o mostrarem aos jornalistas nem a Câmara Municipal, nem a Diocese nem o Cabido deram a cara ao ao mais alto nível na sessão que deu a conhecer as comemorações.
O contributo decisivo de S. Geraldo nos primórdios da nacionalidade portuguesa, a sua importância na reforma da litúrgica e o papel de Geraldo no monaquismo peninsular mereciam um pouco mais no ano em que se assinalam os 900 anos da sua morte.
Em Viana do Castelo, por exemplo, para assinalar os sete anos da beatificação de outro grande arcebispo de Braga — Dom Frei Bartolomeu dos Mártires — a Câmara Municipal de Defensor Moura foi muito mais ambiciosa e vaidosa do seu passado. Um monumento esculpido por um artista vianense vai perpetuar a na Princesa do Lima os momentos fantásticos que marcaram a vida e obra do Arcebispo Santo.
Em Braga, para celebrar 900 anos da morte de um dos seus grandes arcebispos — que foi a Roma duas vezes implorar o reconhecimento do reino de Portugal e a primazia de Braga, além de reorganizar todo o território entre o Ave e o Minho — estas entidades todas, universidades incluídas, não foram capazes de mais.
Braga — com a sua autarquia, a Igreja e o Cabido — são a imagem daquela noite vivida por S. Geraldo muito doente, em Bornes, numa terra fria.
Braga assemelha-se àquele lugar invernoso onde as árvores estão despidas de folhagens de memória e frutos de gratidão.
Braga precisa de árvores floridas de memória e gratidão e recheadas de belos frutos como a paixão pelo seu passado, o amor aos que por obras valerosas a elevaram ao patamar da primazia ao longo de séculos.
Todos percebem isto. Se não percebessem tinham aparecido, mas a vergonha foi tanta que nem o presidente da Câmara, nem o Deão do Cabido ou um dos bispos de Braga apareceu a falar dos 900 anos da morte de S. Geraldo.
Ah! a vereadora da cultura da Câmara de Braga deve ter ido ver se o bolo de aniversário estava bonito.
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