Os jornais desta semana trazem duas notícias lindas e uma nojenta sobre os estudantes de Braga. Prefiro das duas primeiras, pois são suficientes para termos uma nova maneira de encarar os nossos jovens. Eles, ao contrário do que às vezes se quer fazer crer, erradamente, são tão ou mais solidários que os adultos.
Eles, também ao contrário do que ouvimos tantas vezes não são um bando de preguiçosos ou incompetentes. Meia dúzia de cobardes bandidos como aqueles que semearam chifres de porco pelos escadórios do Bom Jesus são insuficientes para abafar a grande de coração e a competência de tantos jovens bracarenses.
Eles fazem-nos rir quando ainda ouvimos muitos adultos ou seniores desabafar: no meu tempo é que era!
A primeira das notícias refere-se às dezenas de estudantes da Universidade do Minho, que participaram em mais uma recolha de sangue, para encontrar novos dadores de sangue, colmatar a falta de sangue que possa haver nos hospitais portugueses e repor os stocks ".
Apesar da fraca afluência registada durante a manhã, devido ao mau tempo que se fez sentir em Braga, na anterior recolha apareceram 595 pessoas.
O gosto por ajudar o próximo foi a principal razão que levou alguns dos estudantes da Universidade do Minho a aderirem a esta iniciativa.
Para estes jovens estudantes não custa nada ajudar os outros enquanto outros encontram nas dádivas de sangue a sua realização pessoal, ajudando pessoas, ainda que não as conheça.
A outra notícia linda centra-se no José Miguel Ferreira Ribeiro, aluno da Escola Secundária Carlos Amarante que conquistou uma medalha de prata nas XIII Olimpíadas Ibero-Americanas de Física.
Foi a mais alta distinção da equipa portuguesa nesta prova que decorreu na cidade mexicana de Morelia.
Além da medalha de prata, outro bracarense, o João Luís Granja da Costa, também aluno da Carlos Amarante, recebeu uma menção honrosa.
A prova, que teve como vencedora absoluta a brasileira Mariana Lima, é dirigida a alunos finalistas do ensino secundário e consiste numa prova teórica e numa prova experimental de Física, reunindo, este ano, 68 estudantes de 19 países.
Como se vê, alem de competentes cá e lá fora, os jovens de Braga dão provas de solidariedade, ou para utilizar outra palavra mais em voga, desafiam cada um de nós para desencadear acções de cidadania competente e solidária em prol da comunidade.
Eu sei que alguns vão contrapôr.me a notícia das vísceras de porco e a fruta podre usada numa praxe de universitários que enlameou os escadórios desse fantástico monumento bracarense que é o Bom Jesus. Têm razão ao sentirem-se insultados e enojados por meia dúzia de feios, porcos e maus.
Mas sempre vou preferindo aqueles que dia-a-dia dão o melhor de si para que este país não seja uma choldra ou um sítio mal frequentado. As dádivas de sangue daqueles universitários apagam a porcaria que meia dúzia de irresponsáveis semearam cobardemente, a coberto da noite.
Prefiro colocar os candelabros da competência e do saber a alumiar todos os que estão em casa e dar tempo de antena aos porcos que iluminam o seu divertimento com cabeças e chispes de porco.
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