Thursday, February 28, 2008

Março é o mês da Póvoa de Lanhoso



Março é o mês da Póvoa de Lanhoso. Por mais que uma razão: ali passa o Rallye de Portugal, ali começa o espantoso ciclo de romarias do Minho — com as festas a S. José — e com a celebração da Páscoa festejada nos seus inúmeros Arcos festivos.

São razões insuficientes? Então, saboreie “esta ementa de ouro” dos fins-de-semana gastronómicos cujo príncipe é o cabrito a S. José, repouse nas suas unidades de hotelaria rural, descubra as oficinas artesanais de ouro onde a rainha é a filigrana e depois pode deliciar-se com a sombra do Carvalho de Calvos, rei do património natural que pede meças ao construído pelos antepassados e se vislumbra do alto do Castelo de Lanhoso, o maior penedo da Península Ibérica.

Se isto não chega para se deslocar à Povoa de Lanhoso, durante o mês de Março, que mais podemos fazer. Esperamos até que um dia se convença que, afinal, tínhamos razão.

Enquanto esperamos que isso aconteça, apresentamos--lhe aqui alguns dos momentos centrais da conversa que travamos com a vereadora do Turismo, Cultura e Acção Social da Póvoa de Lanhoso, Fátima Moreira.

Fátima Moreira nota que a festa de S. José se assume como a primeira romaria do Minho, por si só, atrai um público muito certo. Este ano as festas coincidem com um mês muito rico de actividades: rallye, festas e depois a Páscoa.
“É um mês com grande capacidade de atractividade para a Póvoa de Lanhoso” — assegura a autarca.

Aliado a isso, adianta, “temos a iniciativa da Associação de Turismo com os fins-de-semana gastronómicos subordinados ao lema “Esta ementa é de ouro” em que o destaque vai ser dado ao “Cabrito à S. José”.

ESPECTÁCULO
TERCEIRO MUNDISTA
ACABOU

Assim, Março oferece este ano um produto turístico já formatado que passa pela gastronomia e vinhos, tradições das festas de S. José, actividades desportivas com impacto nacional e internacional e pela essência da festa da Páscoa que atrai muita gente a Braga, no âmbito da Semana Santa.

“Esperamos que muitos espanhóis possam apreciar também as nossas riquezas antes de chegar a Braga para a Semana Santa” — deseja Fátima Moreira, destacando que “os arcos de festa começam a ser uma marca da Páscoa que, sendo iniciativas das Juntas de Freguesia e Associações, que a Câmara Municipal tem apoiado dada a sua atractividade”.

O programa das festas de S. José estrutura-se num contexto ao do ano anterior, abrindo com a Verbena e mantendo uma exposição, se bem que, em termos de novidades, “há uma alteração que pretendemos fazer com os feirantes, as pessoas que vêm com as suas tendas. Temos tido nos anos anterio-res algumas queixas do co-mércio local devido à desor-ganização e ocupação desor- denada dos espaços.

Acabam por montar as suas tendas de forma pouco organizada. Este ano, a Câmara Municipal vai alugar stands, vamos fechar a rua da Maria da Fonte e todo o Parque do Pontido onde eles vão ser montados e alugados pelos feirantes”.

Os stands por módulos podem trazer menos receitas – porque a Câmara vai pagar o aluguer de stands e os interessados vão pagar ao metro quadrado — mas “temos consciência de um organização melhor dos produtos e da feira em si e espero que isso se traduza num benefício para o comércio local que ficava prejudicado, sobretudo aquele comércio que está instalado na rua Maria da Fonte”.

Tendeiros aderiram
a esta melhoria
do cenário

A adesão dos tendeiros tem sido boa a esta alteração porque foram informados desta alte-ração e dos preços que tem de pagar. “Nós não queremos ga-nhar mas também não que- remos ter prejuízo. Basicamente, pagam o preço que nos custa a nós.

As tendas mais relacionadas com o artesanato e bugigangas são as que vão ter um novo visual porque as diversões e farturas etc., mantêm-se como estavam” — explica Fátima Moreira.

Quanto à verbena — pelas 22 horas no Theatro Clube — que abre o primeiro dia do programa das festas, sexta-feira, dia 14 de Março, relançada no ano passado pela primeira vez e “espe-ramos manter o glamour e alegria com que as pessoas se divertiram. No ano passado, valeu a pena porque as pessoas ficaram satisfeitas e recuperámos uma tradição que tinha sido perdida.

Há um grupo dos funcionários da Câmara Municipal que tem danças de salão e propuseram ao Centro de Criatividade que fossem trajados. Estão a preparar uma nuance mas a Verbena continua a ser um espaço aberto a todos e em que as pessoas se possam divertir, mediante inscrição prévia”.

O primeiro dia é assinalado pelo a inauguração do Monumento ao Ourives, na rotunda do Pinheiro, na estrada Braga Vieira do Minho: “será uma salva com umas contas de filigrana que recebem todas as pessoas que entram no con- celho, afirmando a Póvoa de Lanhoso como terra do Ouro”.

No mesmo dia, é inaugurada uma exposição que “mostra o espólio imenso da Casa Pitães, com fotografias das festas de S. José ao longo de várias décadas na óptica do fotógrafo Manuel Pitães. Vai ser uma exposição fantástica e é tempo de reco-nhecermos todo o trabalho que tem feito pelo concelho”.

MIL BTT’s e corrida
a galope

O segundo dia das festas abre com actividades desportivas com uma proposta nova da Associação de Protecção de Animais, com uma acção de adopção de animais. Os trilhos da Maria da Fonte querem ultrapassar os 900 BTT’s da edição do ano passado. A corrida a galope a prova de todo-o-terreno animam desportivamente este dia em que abre a Mostra de artesanato e produtos regionais.

“Pela avaliação que fizemos nos últimos anos, junto dos artesãos e produtores locais, foi-nos sugerido que a Feira teria outro impacto se fosse incluída nas festas concelhias, não só para os artesãos — porque é uma altura em que não há muitas feiras – e porque será um ponto de encontro em que as pessoas já vêm para participar noutras coisas” — justifica Fátima Mo-reira.
Trata-se de iniciativas que até agora eram financiadas pelo LEADER e os atrasos nos financiamentos obrigaram artesãos e autarcas a encontrar novas so-luções.

ANJOS FECHAM
NOITE DE SÁBADO

Neste segundo dia das festas destaca-se o Festival de Folclore em que participam todos os ranchos do concelho e a noite encerra com os Anjos, cabeça de cartaz das festas.

O domingo de manhã é preenchido com provas de pesca e caça, enquanto a tarde é dinamizada por uma iniciativa estreada no ano passado mas alargada: Encontro de concertinas, durante tarde e noite que fecha com a actuação de um grupo local — ‘Cantares da nossa aldeia’. As participações podem ser maiores que dois minutos.

Na segunda feira, é tempo de retemperar forças para o grande dia, pelo que o programa inclui apenas um espectáculo com os Vaticanos. O dia seguinte é animado pelo Canário e Natividade e sobe de tom com a Claudisabel.

Procurou-se um “programa para vários tipos diferentes, de modo a a agradar ao maior numero de povoenses”.
O dia e S. José — feriado municipal — é marcado pelas celebrações religiosas.

Depois da Missa solene há a actuação do Rancho Infantil (que faz anos neste dia), a procissão solene que procura envolver todas as freguesias, com os andores dos seus padroeiros. As freguesias vão fazer-se representar de “forma mais organizada com andores e as catequese das freguesias. Ano a ano vamos tentando reforçar este procissão”. O trajecto vai ser alongado este ano de modo a que o início não colida com o fim do cortejo.

POR UM FIO DE OURO:
TURISMO ENTRELAÇADO

Mais uma celebração de teatro assinala as festas com o “Ir e vir e ir” que envolve mais de cem pessoas e com uma expressão muito significativa da dança, numa produção do Centro de Criatividade.

Temos um projecto que é “por um fio de ouro”, que vai encerrar em Maio, numa acção que traduz o nosso entendimento do que deve ser a promoção da Povoa de Lanhoso através da filigrana: “só faz sentido promover os artesãos, faz sentido envolver as ourivesarias mas faz sentido envolver todos os gentes relacionados com o turismo. Eu digo muitas vezes que o turista que vem à Póvoa de Lanhoso tem de levar uma imagem positiva global. Se ele vem, fica bem instalado, dorme bem mas depois vai a um restaurante e é mal servido ou vai a uma ourivesaria e não tem filigrana para comprar, fica com uma imagem menos positiva”.

O produto turístico tem de ser assumido por todos, na globalidade. Por isso, afirmar a Póvoa de Lanhoso como terra do ouro mas se as pessoas não conseguem comprar filigrana, não resulta. “Temos de trabalhar em cooperação, para ter um produto que tem de ser global. Quero revitalizar as oficinas que devem tentar melhorar o seu trabalho em termos de design e mantendo a sua tradição mas também quero ter a possibilidade que as ourive-sarias da Póvoa de Lanhoso funcionem como montra deste ouro. Depois, o alojamento e a restauração deve funcionar para aqueles que nos visitam com produtos de quallidade” — explana a nossa interlocutora.

MODA LANHOSO
EM MAIO

O Fórum Por um fio de ouro surgiu com “este sentido da cooperação porque, de outra forma, não vamos a lado ne-nhum.
No dia 17 de Maio vamos ter o Moda Lanhoso, no anfiteatro ao ar livre do Parque do Pontido em construção e que vai ser inaugurado no dia 25 de Abril”.

Em termos culturais, o destaque vai também para uma peça para estrear neste anfiteatro que é “D. Quixote, o sonho ainda vive” que se espera seja uma marca no concelho.

O Castelo das Paixões vai-se manter com uma filosofia idêntica, com mudança de alguns actores.
“O Dom Quixote ainda vive, é um projecto que já está vendido para Guimarães, Vouzela e estará no Teatro da Trindade no final do ano, em Lisboa.

Nós temos uma parceria com Guimarães, através de um projecto novo, para o Verão: a residança. Vamos apostar este ano nas residências artísticas (através de protocolo com residência universitária) para trazermos para a Póvoa de Lanhoso actores e companhias das mais diversas áreas que possam vir para cá trabalhar numa articulação muito pró-xima com o Centro de Criatividade que possam fazer novos produtos teatrais, de dança, etc.

Em Março arranca já com uma pequena companhia do Porto, o Teatro do Frio, que vai estar cá para preparar um programa que depois vai surgir numa perspectiva de desencentralização nas freguesias do concelho.

“Em Junho e Julho vamos ter uma residência artística na área da dança: vai propôr-se a várias companhias nacionais que se possam inscrever e possam participar na semana da Dança, em Julho.

“Vamos ter quatro palcos na vila durante o dia e à noite. Durante o dia vai haver ensaios em que as pessoas podem participar e assistir e à noite há espectáculos com essas companhias” — enuncia Fátima Moreira.

A feira do comer e do saber não se realiza este ano porque nós temos como estratégia planear realizar e avaliar. A avaliação não foi favorável em termos de público e em espaço — muito agradável— mas as pessoas não entenderam muito bem.
Mantém-se o projecto de sinalização turística que está concluído nas freguesias e falta apenas agora na vila. Vamos rea- daptar as placas e completá-las com maior informação. Falta depois a sinalização da restauração. O orçamento está pronto e em breve será concretizado.

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