Muitas famílias recorrerem a lares da terceira idade para dar uma maior protecção ou até mesmo qualidade de vida e companhia para a fase final da vida de uma pessoa, nem todas as instituições são aconselháveis.
Num encontro recente sobre o isolamento das pessoas idosas promovido pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Cruz Vermelha Portuguesa e Associação Coração Amarelo, foi afirmado que existem lares que usam de forma abusiva sedativos em idosos. Quem denunciou estes casos sabia do que falava e para quem falava.
"Muitos idosos são encaminhados para hospitais e lares e é triste ver lares onde os idosos são sedados para não dar trabalho", disse o especialista Paulo Pereira Neves, médico homeopata, acrescentando que esta é uma realidade em muitos lares portugueses que já visitou para tratar de doentes a pedido das famílias.
E muitas deles, a avaliar pelos números, governam-se à sombra de Deus e sob inspiração das obras de Misericórida.
Não estamos a falar de agressão física mas sim de maus tratos psicológicos, negligência por abandono, negligência medicamentosa e de cuidados de saúde que se abatem sobre muitos dos nossos idosos.
Das quase três mil queixas recebidas na PSP em 2006, apenas 139 são respeitantes a violência contra idosos, as restantes, como se está a ver são respeitantes a maus tratos psicológicos, negligência por abandono e a mais generalizada consiste em dar sedativos a mais para eles não serem tão chatos.
Mas há mais sintomas de preocupação. É que "os idosos são vítimas silenciosas, já que não apresentam queixa por medo", garante procurador-geral da República. Se não tivessem medo, o que se saberia por esse país fora.
É por isso que não nos devem espantar os números aterradores de um inquérito elaborado pelo Serviço de Biomédica e Ética Médica da Faculdade de Medicina do Porto (FMP).
Esse estudo revelou que 50% dos idosos admitem a legalização da eutanásia ou suicídio assistido.
De facto, é melhor morrer sem dor do que ser tratado desta maneira: é a nova maneira de encarar o silêncio dos inocentes.
Apesar destes avisos, nada muda nem nos lares nem nos filhos dos idosos que os depositam ali.
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