Responsável por uma empresa de serviços na actividade imobiliária, criada por si e à qual deu o seu nome, Julieta Azevedo é uma jovem bracarense que tem conseguido conciliar a actividade empresarial com as tarefas de mãe de quatro filhos e outro sonho: a arquitectura.
É um caso raro de persistência e de acumulação de vitórias num universo de negócios dominado pelos homens, conforme reconheceu no programa “A empresa e o empresário” que a rádio Antena Minho trnasmite às terças-feiras, a partir das 19 horas.
“Prisioneira de vitórias, Julieta Azevedo acredita que “as vitórias atraiem outras vitórias e a vontade de querer novas conquistas e ainda não consegui realizar tudo. “Sinto-me uma mulher realizada mas não vou parar aqui. Tenho vontade de levar a empresa mais longe”.
Para a levar mais longe a sua empresa, Julieta Azevedo está a lançar-se num projecto a concretizar daqui a dois anos: “é um projecto muito grande que vai ser muito imprtante e fazer sair a minha empresa da penumbra em que se encontra”.
“Temos uma quinta e estamos a tentar idealizar um tipo de loteamento inovador que ainda não se vê em Braga, com moradias isoladas, mas ainda não tivemos grandes possibilidades de concretizar e esperemos que esse projecto projecte definitivamente a empresa” — revela a empresária.
“Desde muito cedo defini os meus objectivos para a vida e tentava concretizá-los e um dos grandes objectivos da minha vida era ter a minha empresa, o meu canto, o meu espaço, ser eu a mandar sem ter de dar satisfações a outros” — explica Julieta Azevedo.
O curso de arquitectura estava terminado, era a altura “certa para arrancar com esta empresa de projectos na área imobiliária. Uma empresa é a nossa imagem e por isso dei o meu nome à empresa” — explica a jovem empresária natural de Prado, residente em Braga desde a adolescência, quando veio estudar para o Colégio D. Diogo de Sousa.
Julieta Azevedo é uma empresa que se dedica a elaborar projectos de arquitectura e especialidades de engenharia e também se dedica, “não muito porque não há grandes possibilidades à compra e venda de imóveis” e em parceria “temos feito algumas construções com a empresa Xplano”.
O início da empresa foi voltado para os projectos que depois foram capatando as outras áreas.
O momento mais marcante “é o início, se calhar para todas as empresas” porque é de dificuldade “porque não se sabe onde vai parar”.
O “maior projecto que recebi até hoje surgiu no momento mais delicado, quando eu estava grávida, em fase adiantada, um loteamento com 180 habitações, em Gualtar, dinamizado por uns investidores de Viana. No início, deram só uma parte do loteamento porque receavam que, devido ao meu estado, não conseguisse levar a tarefa a bom porto. No espaço de um mês, entregaram-me a outra parte. Para mim foi um momento extraordinário, estava mais debilitada mas consegui e eles confiaram em mim” — recorda Julieta Azevedo.
Convidada a fazer um balanço dos quase sete anos de actividade, Julieta Azevedo considera que valeu a pena, porque já empresa quatro pessoas e já realizaram 160 projectos.
CONSTRUÇÃO EM BRAGA
TEM MUITA QUALIDADE
Sobre o lugar comum da falta de qualidade de construção em Braga, Julieta Azevedo discorda: “enquanto estudei também trabalhei e observei que houve fases em que se construiu mal, mas hoje não. O construtor constrói melhor, porque o cliente hoje é mais exigente, vê tudo, sabe tudo e o construtor tem de provar que as coisas são cumpridas. Hoje, os consumidores são mais exigentes e são mais esclarecidos. Não são emigrantes no estrangeiro que compram sem ver…Os projectos sem qualidade estão condenados a não ter compradores”.
Hoje, os investidores “procuram mais o arquitecto porque sentem a necessidade de apostar na qualidade e ter um produto diferente daquilo que se fazia há uns anos atrás em que qualquer um fazia um projecto”.
Na sua perspectiva de arquitecta, o mais importante num apartamento ou moradia , “os pormenores/acabamentos são mais importantes porque eles conferem uma diferença de qualidade à habitação. Hoje quem adquire uma casa já conhece os materiais mas pode desconhecer a qualidade de alguns pormenores”.
Recusando o proveito de que os arquitectos encarecem o preço dos projectos — pois da fama não se livram —, Julieta Azevedo refere que “a casa às vezes encarece por culpa do cliente que faz questão de querer este material e não querer o que foi sugerido, quando as coisas já estão feitas”.
Atleta,
empresária,
arquitecta
e mãe de 4 filhos
Como sempre quis seguir arte e design, Julieta Azevedo, opta por concluir o ensino secundário na Escola Carlos Amarante e faz a licenciatura de arquitectura na Universidade Lusíada, em Famalicão.
Para trás ficavam as provas de atletismo na "Francisco Sanches" e as longas horas de canoagem como atleta do Náutico de Prado.
A meio da licenciatura, enquanto trabalhava, “ em algumas aulas, os professores davam-nos uma ideia diferente do que era o futuro. Achava aquilo uma fantochada que não tinha correspondência no mundo em que eu trabalhava. Nessa altura, questionei-se se aquele era o curso certo mas os familiares estimualaram-me a terminar o curso”.
Concluídos os estudos, “já tinha os objectivos bem definidos e um era estabelecer-me”, por isso, cria a empresa em 2001, lançando-se na vida a todo o gás, casando e sendo mãe de quatro filhos no espaço de cinco anos.
“Se me perguntar se hoje me estabelecia, dada a família que tenho, já me questinava muito se o faria. Fi-lo numa altura certa” — reconhece esta mãe de quatro filhos (uma menina e três rapazes).
“Eu tinha a vontade de querer quatro filhos” — explica Julieta Azevedo porque quando traçamos os nossos objectoso e lutamos por eles, eles acabam por se realizar. Graças a Deus, isso tem-me acontecido”.
Oriunda de uma família numerosa, mais seis irmãos, destaca que os melhores momentos da sua Juventude eram o Natal.
“Não deixo de dizer que é uma tarefa muito difícil ser mulher num ramo empresarial masculinizado, saber ultrapassar preconceitos, ser mãe de quatro filhos. Tenho momentos muito difíceis, especialmente de manhã, e depois à noite. Adoro, não sou uma mãe ausente. Não vou negar que há momentos em que preciso de descanso e o meu marido também precisa. Nessa altura, peço ajuda à minha mãe e ao meu pai” — conclui.
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