Wednesday, December 3, 2008

S. Vítor investe... devagarinho



Uma das dificuldades da acção reside na falta de espaços para a dinamização de outras actividades pastorais, especialmente na Quinta da Armada e junto à Igreja Paroquial. Os projectos, tendo em conta os tempos que se vivem, “exigem que se vá devagarinho” — assegura o padre Sérgio Torres.

De acordo com um dos párocos de S. Vítor, o terreno pra o Centro da Quinta da Armada foi comprado mas neste momento “não temos meios para isso. Queremos acabar de pagar o terreno e depois a prioridade absoluta é construir o Centro Pastoral na Quinta da Armada. Temos cerca de 300 crianças na catequese, mais os escuteiros, as guias e jovens. É muita gente que ali trabalha semanalmente. Foi apresentada uma candidatura na CCDRN que prescreveu e agora teve de reapresentar-se a candidatura que depende muito de vontades políticas. Só podemos fazer obras em S. Vítor quando tivermos um sítio para deslocar as pessoas que aqui estão, durante um ano ou dois” — assegura o Padre Sérgio.

Para S. Vítor, depois de construído o Centro Pastoral da Quinta da Armada, “já fizemos o concurso de ideias. Apareceram 12 propostas e estamos a trabalhar a proposta vencedora mas temos de ter prudência e perceber um pouco o que pode ser necessário em termos de rede de apoio infantil”.

O nosso objectivo é dar novas instalações à creche que já temos e ampliar esse serviço da creche”, bem como a construção do centro pastoral para catequese e construir três capelas mortuárias porque a actual é muito pequenina. Queremos dar condições para que as pessoas possa ter outra tranquilidade quando estão a velar e rezar pelos seus mortos”.

A paróquia de S. Vítor vive num momento de compasso de espera dos grandes investimentos para dotar esta comunidade das infra-estruturas de apoio às actividades sociais e pastorais. São os Centros pastorais de Quinta da Armada e em S. Vítor que aguardam por melhores dias e exigem maior reflexão antes de lançar as obras

Mas há também muitas alegrias nesta comunidade cristã, como a capacidade de as pessoas da “paróquia se encontrem uma vez que somos uma paróquia muito dispersa” — sublinha o padre Sérgio Torres.

As distâncias são curtas mas as pessoas tem formas de estar e de viver diferentes. Nós temos tentado trabalhar dentro desta pluralidade que as pessoas trabalhem junts e haja uma certa unidade naquilo que fazemos, juntando os catequistas, as crianças de catequese, os grupos de jovens, apesar das várias polaridades”.

Juntamente com o padre José Carlos Azevedo, o padre Sérgio Torres da conta de terem conseguido reunir, para a visita pastoral do Arcebispo os padres todos que prestam serviço para um momento de reunião e convívio, à semelhança do que foi feito com a catequese, os escuteiros, os jovens que animam os três centros (Montariol, Armada e S. Vítor).

No que se refere às dificuldades com que se debate esta dupla de sacerdotes, Sérgio Torres destaca “a resposta que a Igreja vai dando às pessoas”.

Ou seja, quem vem aqui à Missa gosta, diz que as missas são bonitas, a parte ritual é bem feita bem como a catequese também é bem feita. Mas, é só isto que as pessoas que vivem na nossa paróquia, esperam? Que imagem nós damos de Igreja. As pessoas só querem missas bem cantadas e bem rezadas, catequese bem organizada e atraente ou querem mais qualquer coisa da Igreja? Será que estamos a responder às expectativas das pessoas?

As questões económicas e sociais, as famílias divorciadas ou as uniões de facto e outras devem preocupar a Igreja. O Padre Sérgio Torres revelou que há dois anos dos 220 baptizados, cerca de 80 eram de pessoas que não estavam casadas pela Igreja. É um dado que nos deve fazer pensar e ir ao encontro das pessoas. Neste momento não temos essa capacidade. Temos mais capacidade para estar em casa e receber as pessoas e isso temos tentado fazer bem.

A minha preocupação nesta paróquia, por exemplo, uma vez que temos cerca de 130 funerais por ano, era ter uma equipa que possa ir ao encontro das pessoas numa hora de dificuldade para elas. Que possam fazer o acompanhamento das pessoas”.

Se reparar bem, nós acompanhamos as pessoas que vêm ao nosso encontro, no baptismo, na catequese, no casamento, temos resposta. Mas quando passa destes momentos, não damos resposta a ninguém. Só nestes momentos conseguimos o contacto com as famílias. É a nossa dificuldade em construir uma comunidade onde haja mais solidariedade, comunhão, mas seremos capazes de conseguir se mostrarmos às pessoas que a nossa missão deve ir para além do ritual. As nossas missas têm que despertar mais qualquer coisa para termos uma Igreja que tenha uma presença diferente na nossa sociedade”.

É uma marca que se deixa mas “não devemos entrar em desespero e ficar sem fazer nada” — conclui o padre Sérgio Torres.

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