Monday, March 24, 2008

Têxtil só confecciona salários baixos?


As gentes do Minho esperam que a presença do primeiro-ministro, em Famalicão, signifique o primeiro passo de um futuro de sucesso para a industrial têxtil dos vales do Ave e Cavado.

Os trabalhadores do Minho esperam que os empresários saibam e queiram estar à altura dos objectivos inscritos no plano estratégico do têxtil até 2013.

Uma das principais ideias do Plano estratégico dos têxteis consiste na criação de um esforço comum entre Portugal e a Galiza, aproveitando as sinergias e complementaridade da moda e da tradição do têxtil das duas regiões".

Trata-se de responder á necessidade de adaptar a indústria têxtil aos novos desafios da globalização e à crescente concorrência dos países como a China e a Índia.

O sucesso deste programa reside na capacidade de cada empresa adaptar este plano às suas necessidades e à sua realidade em concreto, seguindo uma estratégia individualizada.

Ao fim de vários anos de redução acentuada de mão-de-obra, o sector têxtil dá sinais de alguma recuperação, traduzidos no crescimento de quatro por cento nas exportações, ganhando quotas de mercado em países como Espanha, Alemanha, Brasil e China.

Estes resultados de 2007 provam que houve no sector um aumento da produtividade e um maior valor acrescentado na produção assente nos mais baixos salários entre as indústrias transformadoras em Portugal.

Ora, este não é o caminho de amanhã, porque salários baixos tem outras economias que nos estão a fazer frente.
O caminho de amanhã deve assentar na inovação, no aumento da mais valia dos produtos, na internacionalização e na valorização dos recursos humanos.

Não há valorização dos recursos humanos sem maior investimento neles, sem valorizar melhor o seu trabalho.

É um desafio que se apresenta aos empresários: a par da renovação de quadros, há que continuar a investir mais em marketing, na investigação para o desenvolvimento de novos produtos.

Os empresários têxteis não devem ter medo da Universidade e esta não se deve fechar numa redoma de marfim que a conduz ao fracasso de uma nação.

Esse desafio não se pode exigir ao Estado. As empresas têxteis não podem continuar associadas aos salários mais baixos e as universidades não podem continuar a ser fábricas de calhamaços de teorias sem investigação aplicada.

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