Monday, March 31, 2008

A escola numa encruzilhada vital



Alunos e professores do ensino pré-escolar ao secundário regressam às aulas, para começar o terceiro período escolar que fica marcado pela contestação dos docentes, com protestos e manifestações todas as segundas-feiras contra a política educativa do Governo.

O arranque do último período escolar fica marcado pela discussão em torno da violência escolar, depois do episódio vivido na escola Carolina Michaelis, no Porto, que envolveu uma aluna de 15 anos e uma professora, no último dia de aulas antes das férias da Páscoa.

Este triste facto deve levar-nos a pensar em escolas com um projecto educativo construído por todos e, mais do que castigar, têm de mudar, para que os alunos se sintam lá bem e aprendam.

Enquanto não construirmos uma escola que seja um lugar de educação, onde todos estão empenhados numa boa gestão, capaz de influenciar a vida dentro do estabelecimento, de prevenir situações de indisciplina ou violência, não podemos dormir sossegados.

Os casos de indisciplina e violência voltam a tornar clara a necessidade da escola escolas ser dotada de psicólogos, mediadores de conflitos, assistentes sociais, animadores, técnicos de educação que possam colaborar com os professores na prevenção e resolução destes problemas.

O ambiente anunciado para este terceiro período não deixa antever que os verdadeiros problemas da escola sejam estudados com a serenidade que merecem.

Afinal, está em causa o futuro do país e do melhor que ele possui: os seus adolescentes e jovens.

Era bom que as segundas-feiras de protesto, anunciadas pelos professores fossem substituídas por terça, quartas, quintas e sextas-feiras de diálogo sobre a melhor forma de construir a escola do futuro.

É hora de pais, professores, alunos e governo colocarem os interesses do pais acima do caminho para o abismo que a escola portuguesa está a palmilhar, com culpa e responsabilidade de todos. Ninguém pode estender o dedo acusador.

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