Da Galiza chegam notícias que deixam mais sossegado o Governo português quanto aos prazos de construção do TGV — Comboio de alta velocidade — entre o Porto e Vigo, com passagem por Braga.
Inesperadas informações, por um lado, e desconhecidas dificuldades nas negociações entre a Junta de Galiza e o Governo de Madrid, constituem uma margem de manobra mais dilatada para o Governo de Lisboa.
O TGV na Galiza não deve estar construído nem em 2012 e muito menos em 2015, como acaba de garantir o ministro espanhol José Blanco.
O novo calendário para o comboio voador nos carris galegos aponta agora para o calendário inicial, inscrito ao tempo do governo de Jose Maria Aznar, ou seja, 2020.
A este novo calendário deve juntar-se as dificuldades notadas, após algum optimismo desmedido, nas negociações para o financiamento da Região da Galiza por parte do Governo de Madrid.
Mais uma vez os calendários eleitorais e os da engenharia não coincidiram, nem tinham que coincidir, apesar das piedosas promessas de que o TGV começava a circular nesta legislatura.
A nova data — 2017 ou mais tarde — foi calculada agora por um especialista em engenharia ferroviária, segundo o qual o comboio de fogo não entrará nos carris dentro de oito anos na Galiza, porque as obras não se podem fazer nem em função da clientela desrespeitando a paisagem.
Cai por terra a pretensão do novo ministro do Fomento — natural da Galiza — se tivermos em conta o rtimo de construção do TGV em outras regiões de Espanha, quando o país vivia tempos de bonança e a Europa financiava tudo.
Agora, com as arcas do tesouro espanhol vazias e os baús europeus direccionados para o combate à crise económica e social, o novo calendário do TGV na Galiza (2017 ou 2020) parece ser mais realista.
Ora, sabendo, como sabemos, que os prazos da política são como as datas do almanaque — para não levar a sério — a margem de manobra do Governo português, para acelerar ou atrasar os calendários do TGV entre Porto e Valença, tem agora uma bitola mais larga.
Para aqueles que não acreditam em bons ventos de Espanha, aqui está o bom casamento que o Governo português esperava, para adiar este investimento e não irritar a oposição.
Resta saber se mais uns anos de sossego para o Governo (de Lisboa e de Madrid) não desassossegam o Minho e a Galiza nem os colocam no último comboio europeu.
No comments:
Post a Comment