Saturday, June 6, 2009

Canto d'Aqui: o ouro da tradição



O Teatro Circo encheu-se na passada sexta-feira à noite para aplaudir — e aclamar — os vinte e cinco anos de canções do grupo de música popular tradicional "Canto d'Aqui", que oferece aos bracarenses um espectáculo memorável, com algumas melodias reforçadas pelo Ensemble da orquestra do Distrito de Braga e as vozes afinadas do Coro da Associação de Pais da Escola Calouste Gulbenkian. 


É o que se pode classificar  como um espectáculo de ouro para umas bodas de prata, perpetuado na gravação de um DVD — revelou ao Correio do Minho, Jaime Torres um dos três fundadores. Se não pôde estar no Teatro Circo, pode apreciar hoje o novo CD numa apresentação que o grupo faz à noite no espaço FNAC do Braga Parque.


O  espectáculo — com noventa minutos — foi apresentado  por Camilo Silva, um "compagnon de route" da cultura tradicional e do teatro amador bracarenses, e constituiu uma noite inesquecível para aqueles que gostam da música popular tradicional, especialmente quando em palco estiveram as vozes do Coro da Associação de Pais da Escola Calouste Gulbenkian para entoar "Ana Mariana" e "Chamateia", acompanhados pelo Ensemble da Orquestra de Câmara de Braga.


Foi uma festa sublime — apesar da "concorrência" da Braga romana — que consagra a dedicação de um punhado de bracarenses pela música do povo, sobrevivendo ainda, entre os fundadores, Jaime Torres, Domingos Oliveira e Sameiro Dias. A estes uniram-se mais amantes da música mantendo hoje um grupo com uma dezena de elementos que fazem da música uma paixão nos tempos livres das suas profissões como professores, arquitectos, engenheiros e outras.


O espectáculo foi preenchido em grande parte com oito das 17 canções do novo CD — que reproduz na capa o famoso e antiquíssimo mapa de Braga — mas acolheu cinco canções do CD anterior, "Cantigas d'Aqui", bem como dois temas da música popular mirandesa pelo grupo Galandum Galandaina. 


A cereja de ouro a coroar o bolo das bodas de prata foi a participação da orquestra de Câmara do Distrito de Braga — Ensemble — e do Coro da Associação de Pais da escola Calouste Gulbenkian, protagonizando a presença de oitenta elementos em palco para um momento que "arrepiou" os espectadores que aderiram em força a este espectáculo.


O grupo Canto d'Aqui possui em si mesmo uma riqueza que vem do talento de cada um dos dez elementos, desde o Luís Veloso, 'magister' da Tuna e fundador do grupo de Música Popular da Universidade do Minho e do Coro de Pais da Gulbenkian, até ao Miguel Oliveira que está a fazer furor como vocalista dos "Sinal" .


Depois, os arranjos estão entregues a quem sabe: o Filipe Cunha, dos Tramadix e Raízes do Minho, que é músico na Banda de Lanhelas e exímio instrumentista em Clarinete, bandolim, flauta transversal e adufe. A arquitecta Catarina Araújo, além da percussão, contribui com o seu talento para a confecção da capa do novo CD. Do Coral Porta Nova vem o tocador de viola braguesa e cavaquinho, Carlos Moutinho. 


Os restantes são os fundadores deste grupo que, com o estímulo de Jaime Torres, continua a animar os nossos palcos, como acontece já hoje, na FNAC do Braga Parque, no dia 11 de Junho na festa de S. António, na freguesia da Sé, e 22 de Junho, na Velha-a-Branca. 


Canto d'Aqui um a um...


Todos os elementos do "Canto d'Aqui" emprestam a sua voz nos espectáculos mas cada um dos dez elementos tem a sua especialidade em termos instrumentais.  

Deixamos, de seguida, as suas formações ou profissões e instrumentos que mais usam.


Carlos Moutinho — funcionário público, cavaquinho, viola braguesa;

Catarina Araújo — arquitecta, percussão;

Domingos Oliveira — professor de físico-química, bandolim;

Filipe Cunha — Professor de música (licenciado em Relações Internacionais) clarinete, flauta transversal e adufe;

Jaime Torres —  comerciante, viola;

José Manuel Ribeiro — Capataz, cavaquinho e viola braguesa;

Júlio Dias — funcionário público, concertina e acodeão e viola braguesa;

Luís Veloso — engenheiro civil, viola baixo;

Miguel Oliveira — professor de Português-Inglês voz e viola;

Sameiro Dias — professora primária, percussão.

Giovani Goulart — produtor.

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