A Câmara de Braga introduziu um novo sistema de controlo de avenças de estacionamento para os residentes nas ruas do Centro urbano.
O novo sistema, denominado Cavest, implica a substituição dos actuais identificadores de avenças, em papel, por um pequeno suporte electrónico que será distribuído gratuitamente aos subscritores de avenças de estacionamento na cidade de Braga.
Esta notícia bem podia não o ser, caso não tivesse a particularidade de sabermos que o novo sistema de controlo de avenças de estacionamento foi desenvolvido poru uma empresa de Braga, que se dedica à consultoria, desenvolvimento e fornecimento de soluções inovadoras para a área das tecnologias de informação.
Ora a escolha da Lincis, cujo símbolo é um Lince, representa da parte do município a perspicácia para encontrar um exemplo que pode ser duplicado e repetido em outras contratações de serviços, ou seja, preferir as empresas de Braga ou do Minho.
Utilizando o seu know-how em soluções industriais a Lincis oferece soluções chave-na-mão, para mercados como ATE (Equipamentos de teste automático), controlo de acesso integrado para hospitais, sistemas de pagamento automático para transportes públicos, sistemas de controlo de qualidade utilizando processamento de imagens e soluções para telemetria remota de equipamentos móveis.
É uma forma concreta e eficaz de apoiar o tecido empresarial e a economia bracarenses que vale muito mais que dezenas de discursos e resmas de declarações de intenção de apoio. Se o exemplo for seguido por outras autarquias e até pelas empresas, na medida do possível, gera-se criar uma rede de fornecimento de serviços que absorva a produção das nossas empresas.
Muitas vezes se pergunta por que importam as empresas produtos do estrangeiro quando existem entre nós produtores com a mesma qualidade e avanço tecnológico. Não será porque muitos dos nossos empresários e projectistas vivem no seu cantinho, de costas voltadas para os empresários de outros ramos de actividade?
A compra da produção das nossas empresas segura postos de trabalho cujos salários dinamizam a actividade comercial e os serviços, fazendo rolar a economia.
Porque é que o fazem os outros países, quando adoptam medidas proteccionistas do seu tecido empresarial e económico? Porque sabem que é essa a única forma de se proteger em tempo de crise.
Porque é que os empresários de construção civil, por exemplo, importam torneiras, se em Portugal há quem as fabrique com qualidade? A diferença de preço justifica?
Se nunca fizeram, é tempo de fazerem as contas ao preço a pagar no futuro com a destruição do aparelho produtivo e industrial levando na enxurrada o comércio de retalho e por grosso enquanto lançam pela janela fora milhares de trabalhadores para o desemprego.
Também, entre nós, é possível atenuar a crise das nossas empresas de produção e comércio se empresários e autarquias tecerem uma rede de produção, aquisição, fornecimento e abastecimento que garanta escoamento, qualidade de serviço, dinamismo no comércio e manutenção dos postos de trabalho.
Podem ser pequenos, mas é com gestos perspicazes que se iniciam novos movimentos nas empresas e nas economias. O exemplo de Braga pode ser um bom ponto de partida para um excelente ponto de chegada no fim deste ano 2009.
Às vezes queremos mudar o mundo e esquecemos de começar por mudar o que está ao nosso alcance e bem próximo. Acabamos por nada mudar e naufragar na utopia.
Pode ser um lema fantástico, para este ano, não pode? Então, que seja, já hoje. Tenha gestos de lince.
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