Palavras sobre bracarenses que fazem, porque há gente fantástica, não há? Há, a começar por ti.
Saturday, September 20, 2008
Tordo: um cicerone de Braga
Às vezes damos connosco a perguntar qual será a razão que explica tão pouca auto-estima dos bracarenses que valorizam tão pouco aquilo que tem dentro da sua cidade e no seu concelho.
Comparativamente com outras cidades de Portugal, os bracarenses não manifestam o orgulho e vaidade que Braga e as suas instituições deviam merecer, a começar pela brilhante noite de futebol europeu proporcionada ontem pela equipa de futebol do Sporting de Braga.
Entre as cinco equipas portuguesas participantes na Taça UEFA, a equipa arsenalista foi a que mostrou melhor perfomance numa competição de elevado nível de exigência.
E, no entanto, quantos espectadores estavam no Estádio Municipal de Braga para ver a sua equipa a defrontar um clube que há dois anos venceu o F. C Porto no Estádio das Antas para a Liga dos Campeões?
Numa noite em que o jogo nem tinha transmissão televisiva, tem de admitir-se que menos de dez mil espectadores, num concelho com 170 mil habitantes, constitui uma marca que não deixa ninguém satisfeito.
A insatisfação deve começar pela direcção do Clube — com cerca de 15 mil associados — que este ano está afazer um grande investimento para que o Sporting minhoto tenha uma equipa de topo nacional e de top europeu.
Uns dirão que a maioria dos bracarenses não se pode dar ao luxo de pagar trinta euros para ver um jogo e que a Direcção desconhece a frágil realidade económica das famílias. Outros dirão que Braga não é só futebol. É verdade mas também aí não falta quem dê o verdadeiro valor àquilo que Braga possui e as suas instituições públicas e privadas desenvolvem.
Por isso, sabe bem ouvir pessoas esclarecidas como o grande compositor e cantor Fernando Tordo que veio a Braga classificou o Teatro Circo como o “mais belo do pais”. Alguns bracarenses com responsabilidades, perante estas realidades, preferem o silêncio, deitar mão dos pormenores para ensombrar o essencial ou — se fosse eu a escreve-lo, diziam que eu era um escriva vendido a dar eco à voz do dono.
Mais, também devia aumentar a auto-estima dos bracarenses ouvir um grande senhor da musica portuguesa destacar o talento de dois grandes músicos bracarenses, como os Josés Sarmento e Talaia. Mais ainda, que este grande senhor da musica lusitana lhes dedique um concerto com orquestra no dia 4 de Outubro, no mais belo teatro do pais.
Mas ainda aproveitamos mais uma achega de Fernando Tordo para ajudar os bracarenses a gostarem mais da sua cidade. Ele disse — e citamos, do alto dos seus 43 anos de carreira — “Braga é uma cidade da linha da frente em termos culturais”.
Gostaram? Eu amei e fico a torcer para que os bracarenses amem mais a sua cidade, o que ela tem, os filhos que gerou e as instituições que lhe dão vida com uma qualidade que devia merecer mais reconhecimento íntimo dos bracarenses.
Em vez de se desgastarem em criticas mesquinhas, invistam o tempo a saborear o que Braga tem para oferecer e é muito. Basta abrir os olhos porque é uma pena que tenham de ser os forasteiros a desempenhar o papel de cicerones daquilo que teimamos em não querer saborear porque não queremos ver.
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