Saturday, March 24, 2007

Minho: Academia Bracarense é uma escola na moda



O sucesso de uma escola avalia-se pelo que acontece aos formandos após o curso.

A empregabilidade total dos formandos da Academia Bracarense é a melhor coroa de louros da estratégia do seu director, César Costa, ao longo de vinte anos.

Sem qualquer subsídio do estado Português ou da União Européia, por opção, na Academia Bracarense todos os formandos pagam os seus curso, através de uma prestação mensal: “nunca tivemos, não queremos e nunca vamos ter subsídios. Os alunos pagam e é a única maneira deles aprenderem. De outra maneira, tornam-se profissionais de cursos, à espera do cheque de formação no fim de cada mês”.

“Os nossos alunos tem emprego garantido no fim do curso e muitos deles começam a trabalhar antes do curso acabar. Há áreas onde não temos respostas aos pedidos das empresas” – diz, com satisfação César Costa que vai criando os cursos de acordo com as sugestões e carências das empresas, como é o caso do novo curso que vem aí, na área da gestão hoteleira.

A escola começou com um curso de dactilografia que ainda mantém porque é uma exigência dos concursos públicos e depressa se alargou a outras áreas de actividade como a contabilidade e a informática.

O antigo técnico de contas que foi durante muitos anos César Costa em Angola, antes de regressar a Portugal, em 1975, aliou depois aos cursos de papel e lápis (Contabilidade e informática) as artes de sua mãe: o estilismo de vestuário e calçado, o modelismo, a decoração de interiores. Estes cursos foram complementados com outras iniciativas como cabeleireiros e manequins.

Mais conhecida na área da moda – e também muito premiada internacionalmente através dos seus alunos – a Academia Bracarense é uma escola profissional com mais de 230 alunos.

As aulas às segundas, quartas e sextas-feiras integram um ensino personalizado, por módulos, em turmas pequenas em que um aluno mais adiantado não é travado por outro mais lento na aprendizagem.

Um dos cursos é o de estilismo de vestuário e de calçado para criadores de novos modelos e idéias. Três alunos participaram em Fevereiro no MIDEC – o expoente máximo do mundo de calçado – onde expuseram os seus trabalhos. O estilismo de calçado é uma área nova da formação, estimulada por um aluno cujo pai tem uma fábrica de calçado. Em Portugal, só existe mais outro curso, do Instituto de Emprego e Formação profissional, em S. João da Madeira.

O curso de vestuário tem 36 alunos, a maioria mulheres, habitualmente convidadas do salon de prét-à-porter em Paris.
Outra área é a do modelismo de vestuário e de calçado. Enquanto o estilista faz desenhos, o modelistas faz os moldes a partir daqueles desenhos.

Aliados as estes está o curso de manequins-modelos, que possibilita a realização do desfile Agulha de Ouro, que vai efectuar em Novembro a sua vigésima edição.

Outro curso com provas dadas pelos seus alunos é o de Decoração de interiores, com 24 formandos. “Já passaram por cá grandes nomes” que “levamos ao festival “Maison et object” que é a maior feira do mundo de decoração em paris. Este ano vão participar no concurso de novos criadores deste certame e, na Páscoa, estaremos em Compostela, num concurso semelhante.

Em 2006, trouxemos um terceiro lugar com um encaixe de camariñas (bordados semelhantes aos nossos bilros de Vila do Conde). Em Abril, na Páscoa, vamos estar em Bilbau e uma semana depois em Dinard” — revela César Costa.
No que se refere ao curso de cabeleireiro, há “muita procura pois permite aos formandos trabalhar em casa enquanto os outros estão condicionados às empresas.

No campeonato do mundo de cabeleireiros “trouxemos o 3.º. 5.º e décimo lugares, o que é muito bom a nível mundial” e este ano “vamos voltar, em Outubro, porque nestes espectáculos eles aprendem muito”.

Curso “forte” é o de contabilidade. Não tivemos até agora nenhuma reprovação dos nossos alunos no exame de Técnicos de Contas” – assegura o director da Academia Bracarense.

Regresso aos anos 60

As tendências da moda para este ano traduzem um regresso aos anos sessenta, com cores pálidas e muito ouro e prata. César Costa — já apensar na moda do próximo ano que nos faz reviver os anos 50 – antevê o uso de muitos pólos pelos homens, os tons de rosa choque e rosa velho, azul bebé e muito amarelo. O regresso da mini-saia, das bermudas e muito ouro e prata. Os cabelos são curtos e escalados.

O próximo ano traz-nos as idéias dos anos cinqüenta, com as calças à boca-de-sino, refere César Costa. Filho de uma modista que, aos 15 anos, já cosia as bainhas das calças.

Um dos seus projectos, na Academia Bracarense, passa agora pela constituição de um museu com todos os vestidos e trabalhos feitos pelos alunos da escola que dispõe da segunda melhor biblioteca e da melhor videoteca de moda do país. Ali ficará também o maior chapéu do mundo apresentado numa feira de moda de Valencia por um aluno da Academia.

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